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Estudo revela que o tigre da Índia é a mais elevada das subespécies existentes

14 de agosto de 2009
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A chave para a sobrevivência do tigre (Panthera tigris) – espécie ameaçada de extinção, com apenas 3500 animais em estado selvagem – está no subcontinente indiano. A importância do tigre de Bengala (Panthera tigris tigris) é a sua variabilidade genética, a mais elevada das seis subespécies existentes, diz um estudo publicado na revista científica disponível on-line grátis PLoS Genetics.

Avistar os 2000 tigres de Bengala em estado selvagem (na Índia, Bangladesh, Nepal, Butão, Birmânia e Sul do Tibete) é cada vez mais difícil. Esta subespécie representa 60 por cento da população mundial e foi estudada pela equipe da indiana Uma Ramakrishnan, do Centro Nacional para as Ciências Biológicas. As suas conclusões podem fazer a diferença para a sobrevivência de uma espécie que registou uma assustadora diminuição de 93 por cento, devido à caça, à perda de habitat e desaparecimento das suas presas. Das nove subespécies conhecidas, três extinguiram-se na última metade do século XX.

“Os nossos resultados são importantes para a conservação global do tigre, porque sugerem que as populações do subcontinente indiano são cruciais para a recuperação da espécie”, escrevem os autores.

Após recolher 71 amostras de excrementos de tigres de Bengala – de animais de 28 populações diferentes, a viver em áreas protegidas -, Ramakrishnan concluiu que estes animais “têm uma variabilidade genética muito mais elevada do que as outras subespécies”. Isto explica-se porque as outras registaram declínios mais graves e porque têm populações menores.

A Índia perdeu 90 por cento dos seus animais nos últimos 200 anos. Os investigadores lembram que mais de 80 mil tigres foram mortos de 1875 a 1925, durante o domínio colonial britânico, que tinha como desporto a caça ao tigre com armas de fogo.

Apesar da regressão das populações, o tigre de Bengala tem 76 por cento da diversidade mitocondrial da espécie. A elevada variabilidade genética permite-lhe adaptar-se melhor a habitats mais diversos.

A má notícia é que a maior parte dos habitats são pequenos e estão fragmentados. Os investigadores defendem que os esforços devem ser concentrados nas áreas protegidas que ainda tenham densidades elevadas e tenham boas ligações entre si.

Em 2008 existiam 1141 tigres na Índia, o segundo país mais populoso do mundo, onde vivem mais de mil milhões de pessoas, revelou em Julho o Governo indiano. O futuro destes grandes felinos é mais do que incerto. Nesse mês, a Reserva Natural de Panna (no estado de Madhya Pradesh) anunciou que, em três anos, perdeu todos os seus 24 tigres, mortos por caçadores furtivos. Partes do corpo dos animais e a sua pele continuam a ter um elevado valor nos mercados asiáticos.

Fonte: Público PT

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