Por Raquel Soldera (da Redação)
Um estudo desenvolvido na Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, revela como o aquecimento global poderia causar o “encolhimento” de espécies de mamíferos carnívoros, e indica que há 55 milhões de anos um aumento de temperatura de cerca de 15 graus Fahrenheit fez uma espécie extinta de mamíferos carnívoros terem seu tamanho reduzido pela metade.
Segundo informações divulgadas no jornal espanhol ABC, os cientista afirmam que os animais deverão diminuir no futuro devido à mudança climática, como já aconteceu no passado, quando uma espécie de hiena do tamanho de um urso teve seu tamanho reduzida ao de um coiote.
Assim, o estudo que será publicado na edição impressa de dezembro da revista de mamíferos Evolution explica que um animal similar à hiena, o Palaeonictis wingi, evoluiu do tamanho de um urso até o de um coiote, por um período de 200 mil anos, quando a temperatura média da Terra aumentou de cerca de 15 graus Fahrenheit.
O estudo também aponta que, após este evento, a temperatura da Terra esfriou novamente e os animais evoluíram para um tamanho maior.
O pesquisador e autor do estudo, Stephen Chester, explicou que já se sabia que “os mamíferos herbívoros se tornaram menores durante o Eoceno, coincidindo com o aquecimento global, possivelmente por causa dos níveis elevados de dióxido de carbono”.
No entanto, advertiu que “este estudo mostra, surpreendentemente, que o mesmo acontecem com alguns carnívoros, o que sugere que outros fatores podem ter desempenhado um papel importante na sua evolução”. Por esse motivo, ainda hoje, “mamíferos em climas quentes tendem a ser menores do que aqueles que vivem em climas frios”.
O curador de fósseis do Museu de História Natural da Flórida e co-autor do estudo, Jonathan Bloch, assegurou que “a documentação dos efeitos das mudanças climáticas globais no passado é uma das experiências únicas que podem alertar sobre os efeitos que o aquecimento global poderá ter sobre os mamíferos em um futuro próximo”.