Por David Arioch
Normalmente quem realiza uma rápida pesquisa sobre os tatus logo se depara com informações que apontam esses animais típicos do Brasil como “reservatórios de hanseníase, leishmaniose e doença de Chagas”.
Embora isso seja verdade, um estudo publicado no final de junho na revista PLoS Neglected Tropical Diseases revela que os humanos transmitiram a hanseníase para os tatus e que agora “eles a estão devolvendo”. Mas normalmente uma pessoa só corre o risco de contraí-la se caçar ou consumir a carne do animal.
A conclusão é resultado de avaliações feitas por pesquisadores, sob a liderança do imunologista John Spencer, da Universidade Estadual do Colorado (EUA). Eles apontam uma estimativa de que 62% dos tatus-galinhas do estado do Pará apresentam sinais de exposição à bactéria causadora da hanseníase.
No Brasil, onde são registrados até 25 mil casos de hanseníase por ano, Spencer defende que esse número pode estar abaixo da realidade. E quem disseminou a doença pelo país não foram os tatus, mas sim os colonizadores que vieram da Europa para o Brasil, aponta o estudo.
Já os primeiros indícios de tatus como hospedeiros da bactéria Mycobacterium leprae, transmissora da hanseníase, surgiram séculos depois, na década de 1970, e após contato com seres humanos; o que significa que se hoje esses animais “são reservatórios de doenças”, isto é consequência da intervenção humana.
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Segundo o estudo “Evidence of zoonotic leprosy in Pará, Brazilian Amazon, and risks associated with human contact or consumption of armadillos”, publicado na revista PLoS Neglected Tropical Diseases, até 65% das pessoas que vivem em algumas regiões do Pará comem tatu pelo menos uma vez ao ano.
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