Por Raquel Soldera (da Redação)
O aquecimento global pode ser mais visível na região do Ártico, mas na realidade as espécies de países tropicais é que serão mais afetadas pelas mudanças climáticas atuais e futuras, de acordo com um estudo da Universidade de Wyoming, em Laramie, nos Estados Unidos, publicado na revista Nature.
Os autores do estudo apontam que, devido à enorme biodiversidade dessas regiões, as alterações metabólicas terão profundas consequências locais e globais.
Os resultados do estudo mostram que o aquecimento global vai provocar alterações nas taxas metabólicas dos animais que regulam a temperatura corporal através da atmosfera, chamados de animais ectotérmicos. Essa alteração é relativamente maior nos trópicos em relação às regiões mais frias, que têm experimentado um maior aquecimento.
Segundo as pesquisas, dirigidas por Michael Dillon, isso terá efeitos graves sobre a fauna de invertebrados, anfíbios e répteis tropicais, que provavelmente precisarão de mais alimento e perderão mais água através da evaporação, o que terá repercussões em toda a cadeia alimentar.
Michael Dillon disse que os resultados sugerem a necessidade de mais estudos sobre os impactos do aquecimento global sobre os animais nos trópicos.
Raymond Huey, da Universidade de Washington e coautor do estudo, explicou que “o fato de as mudanças de temperatura nas regiões tropicais serem menores não significa que não haja impactos biológicos. Todos os nossos estudos sugerem que é justamente o oposto”.