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Estudo questiona lista de peixes ameaçados no país

11 de julho de 2010
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A lista oficial de espécies amea­çadas no Brasil elenca 133 peixes sob risco de sumir no país, mas o número verdadeiro pode ser até seis vezes maior, revela um novo levantamento. O estudo, publicado recentemente na revista científica de acesso livre PLoS One, mostra como a biodiversidade dos rios do país anda mal das pernas. Embora o Brasil abrigue a maior variedade de peixes de água doce do planeta, com quase 2.600 espécies registradas em 2007, 819 delas são classificadas na pesquisa como potencialmente ameaçadas.

Pesquisa revela que Bacia do Paraná tem 78% de áreas comprometidas (Christian Rizzi/Gazeta do Povo)
Pesquisa revela que Bacia do Paraná tem 78% de áreas comprometidas (Christian Rizzi/Gazeta do Povo)

A lista de espécies levantada pela pesquisa abrange, em geral, bichos de pequeno porte, não muito conhecidos do público, mas nem por isso menos importantes. Segundo o estudo, no ecossistema dos rios, essas espécies ocupam uma posição intermediária entre os insetos e as grandes espécies de peixes migratórios.

“É importante lembrar que esse número se refere apenas às espécies com distribuição geográfica restrita”, disse o ictiólogo (especialista em peixes) Paulo Buckup, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “Há também as espécies migratórias, de grande porte, as quais, em muitos casos, também sofrem ameaças sérias.”

Buckup e seus colegas da ONG Conservação Internacional, do Museu de Zoologia da USP e de outras instituições tomaram como base, na análise feita, 540 microbacias hidrográficas, pertencentes às grandes redes de rios do país. Nessas pequenas bacias, eles mapearam as espécies que só ocorrem em tais regiões delimitadas, cujos registros feitos por cientistas são relativamente escassos.

Segundo critérios internacionais, esse fato já é suficiente para considerá-las vulneráveis ao sumiço permanente.

Fonte: Gazeta do Povo

Nota da Redação: A reportagem da Gazeta do Povo, curiosamente, não menciona as causas dessa devastação ambiental. Os peixes estão desaparecendo fundamentalmente em consequência da ação humana. Práticas como a pesca, a caça, a destruição dos habitats e o consumo de carne são os grandes responsáveis por esse trágico quadro ambiental. Não há consistência em pregar a preservação da fauna e dos ecossistemas, se continuamos admitindo como normais tais práticas de abuso contra os animais e a natureza. A verdadeira consistência está na responsabilidade e coerência entre discurso e atitude.

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