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Estudo mostra a semelhança entre as emoções sentidas por animais e humanos

14 de outubro de 2013
5 min. de leitura
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Por Juliana Meirelles (da Redação)

Foto: Reprodução/Care2
Foto: Reprodução/Care2

The New York Times publicou um editorial no dia 5 de outubro, que tem alvoroçado a internet. O ponto de partida da peça é que os cães ficam ansiosos para coisas que eles gostam. As informações são do Care2.

Isso não é novidade para ninguém que já teve a guarda de um cão, já conheceu um cão, ou já foi acordado pelo cão do vizinho. Eles abanam o rabo – às vezes toda a sua traseira – quando algo feliz acontece. Eles não mantem em segredo sua emoção.

O único pedaço verdadeiramente interessante na peça do Times, que foi escrito pelo cientista da Emory Gregory Berns, é que, pela primeira vez, aparelhos de ressonância magnética capturaram imagens dos cérebros dos cães quando eles descobrem que algo que eles gostam está sendo oferecido. Essas imagens se parecem muito com imagens de cérebros dos seres humanos quando eles estão na mesma situação.

A região do cérebro chamada núcleo caudado é responsável por antecipar as coisas boas em seres humanos. Os novos dados de ressonância magnética tornam difícil contestar que a mesma estrutura faz a mesma coisa em cães. Ele se iluminou quando cães em aparelhos de ressonância magnética (usando protetores de ouvido, porque essas engenhocas são extremamente altas) viram sinais de mão que indicavam comida e quando sentiam o cheiro de um humano familiar.

Ninguém tinha feito essa pesquisa antes porque eles não conseguiam fazer os cães entrarem e permanecerem parados em máquinas de ressonância magnética sem sedá-los. Berns e seus colegas usaram um reforço positivo para persuadir cães à cooperar, permitindo que as máquinas tirassem fotos de seus cérebros enquanto eles estivessem acordados e pudessem responder a estímulos. Os cães que não gostassem podiam sair. Todos eles eram membros de famílias locais, começando com o próprio cão de Berns, Callie.

Não foi o resultado de Berns que fez os internautas darem um salto, mas a conclusão que ele tirou disso: “Cães também são gente”. Ele sustentou que a sua capacidade de experimentar emoções positivas torna errado tratá-los como propriedade, o que fazemos atualmente.

Afirmando que há uma distinção moral entre um animal e qualquer coisa inanimada, e que deve haver uma distinção legal entre eles também, invariavelmente atrai uivos de protesto, porque é difícil de justificar explorar os animais, se não somos melhores do que eles de alguma forma importante. Esta doutrina é conhecida como o excepcionalismo humano. Quanto mais somos semelhantes a outros animais, mais as pessoas se tornam desconfortáveis ​​com comê-los, vesti-los e encarcerá-los.

A ciência está obstinadamente derrubando cada parede que os excepcionalistas têm colocado entre os seres humanos e outros animais. No passado, o uso de ferramentas, usar uma linguagem e a transmissão da cultura através de gerações têm sido empunhado como a última fronteira entre eles e nós, até que os cientistas descobriram que animais não humanos fazem cada uma dessas coisas. O novo campo de batalha é a emoção. O The Washington Post destaca que “a ideia de que os animais têm vida emocional e são capazes de detectar emoções nos outros vem ganhando espaço por décadas”.

Em 2011, um experimento demonstrou que ratos sentem empatia, tanto que eles dariam desinteressadamente a sua própria comida (lascas de chocolate, acredite) a um rato tendo um dia ruim que não comeu. O mau dia consistiu em ser preso em uma gaiola; os pesquisadores descobriram que um rato livre iria descobrir como abrir a gaiola e liberaria o outro rato, mesmo sem a expectativa de uma recompensa.

A prova de que uma das espécies que vemos como mais maligna pode sentir, compadecer-se e tomar medidas para remediar a dor do outro enlouquece as pessoas – incluindo aqueles que estudaram os ratos. Em vez de assumir que devemos ser gentis com ratos, ou que não devemos assumir que somos as únicas criaturas do planeta que podem ser bons para os outros, eles anunciaram que a empatia não tem valor. O neurobiólogo Peggy Mason, que comandou o estudo, acredita que a empatia é “mais um reflexo que um pensamento”.

O primatologista Frans de Walls concorda, dizendo que ajudar desinteressadamente outras pessoas que precisam é um processo “bastante automático”.

Contraste isso com as grandes dores que as religiões têm tido por eras para intimidar as pessoas a fazer o que os ratos fizeram. Diz-se que todo o Judaísmo pode ser resumido a uma diretiva: tratar o próximo como você gostaria de ser tratado. O Cristianismo e a Regra de Ouro ensinam a mesma coisa: ser uma boa pessoa, e se você encontrar o seu vizinho preso em uma gaiola, deixá-lo sair. Se você é verdadeiramente virtuoso, você pode até dar-lhe alguns de seus pedaços de chocolate.

A partir do momento em que seres humanos foram distinguidos dos outros animais, começaram a praticar inúmeras horas de sermões e Escola Dominical para aprendermos algo tão simples. Aparentemente, foi aceito que precisaríamos muita repetição para fazer a lição entrar em nossos crânios egoístas.

Agora que sabemos que outros animais praticam a Regra de Ouro, no entanto, as pessoas de repente decidiram que ela é apenas um processo automático. Se você não está fazendo isso, você não é um pecador precisando de confissão, seus processos automáticos estão no congelador e você deve ir a um médico. Nenhuma palavra sobre um tratamento para os pobres doentes que não empatizam.

Em suma, as pessoas vão sacrificar os seus mais altos ideais espirituais se isso significar que eles podem manter o tratamento de animais como sujeira, sem remorso. Até ratos entendem melhor.

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