Cientistas da NOAA (Agência Americana para Atmosfera e Oceanos), publicaram nesta quarta-feira (18) o primeiro estudo que mostra fortes evidências de que a alta taxa de mortalidade de golfinhos na costa dos Estados Unidos está relacionada com o acidente na plataforma Deepwater Horizon, operada pela BP no Golfo do México. O acidente resultou no maior vazamento de petróleo da história americana.
O estudo comparou o estado de saúde de golfinhos de Barataria Bay, em Louisiana, região fortemente impactada pelo vazamento de petróleo, com o estado de golfinhos de Sarasota Bay, na Flórida, que não foi afetada pelo acidente. Os resultados mostram que os animais das áreas impactadas estavam com a saúde deteriorada, com doenças que são “consistentes com a exposição a petróleo e outros produtos tóxicos”.
Os golfinhos da área afetada pelo vazamento apresentaram doenças pulmonares e quantidades anormais de hormônios, problemas que são raros nas populações de outras áreas.
Pelo menos metade dos golfinhos estavam com a saúde deteriorada e sem previsão de melhora, e 17% deles estavam em estado grave, com poucas chances de sobreviver. “Eu nunca tinha visto uma porcentagem tão alta de animais doentes”, disse Lori Schwacke, autor principal do estudo, em comunicado da NOAA.
Desde 2010, pesquisadores americanos se preocupam com o alto índice de mortalidade de golfinhos no Golfo do México. Segundo a NOAA, mais de mil golfinhos encalharam nas praias da região no período, e 94% desses animais morreram. A situação começou antes do acidente da BP, e só piorou após o gigantesco vazamento de petróleo.
O estudo, que passou por processo de revisão de pares, foi publicado na revista científica Environmental Science & Technology.
Fonte: Época.