Um estudo publicado pela revista científica Nature Ecology & Evolution no dia 29 de março demonstrou que o desmatamento nos trópicos é estimulado pelos países ricos.
A dinâmica acontece da seguinte maneira: as nações desenvolvidas carecem ou preferem comprar produtos agrícolas, como café e soja, de países em desenvolvimento, que para produzirem mais e venderem mais, desmatam suas florestas para abrir espaço para a agricultura.
O que é contraditório é que esses mesmos países desenvolvidos são muito abertos às pautas ambientais em âmbito nacional e procuram conservar seus recursos naturais, mas este pensamento não parece se extender aos países de renda baseada no agronegócio.
No estudo, é dito que um habitante dos países do G7 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos) é responsável pela perda média de quatro árvores por ano em diversas partes do mundo.
A produção ainda conta com dados específicos do consumo exacerbado de alguns produtos agrícolas nos países do G7. A Alemanha, por exemplo, consome muito cacau produzidos na Costa do Marfim e em Gana, e isso representa um risco muito forte às florestas da região dessas nações.
Estima-se que 38 mil km2 de florestas nativas na região dos trópicos, menos desenvolvida, são desmatadas a cada 6 segundos. Dados preliminares da pesquisa também indicam que a destruição pode ter sido ainda pior em 2020.