Chimpanzés reconhecem injustiças mesmo quando não dizem respeito a eles mesmos. Esta percepção em relação aos outros pode ser uma forma rudimentar da justiça social que caracteriza as sociedades humanas.
Em estudos anteriores, diversos primatas de grande e pequeno porte (e até cães) responderam mal ao receberem recompensas menores para a mesma tarefa que deu a outros prêmios melhores. Mas nenhum desses animais aparentemente reconheceu injustiças em relação a outros.
Sarah Brosnan, primatologista da Universidade de Geórgia, em Atlanta (EUA), e seus colegas treinaram chimpanzés em cativeiro para trocar fichas por petiscos. Depois, avaliaram como pares do mesmo sexo reagiam a diversos níveis de compensação.
Como esperado, os primatas tenderam mais a rejeitar uma cenoura sem graça quando seu parceiro ganhava uma deliciosa uva pela mesma ficha. E, surpreendentemente, eles também se mostraram mais inclinados a rejeitar a uva se seus parceiros ganhavam apenas uma cenoura.
Nos experimentos anteriores, outros grupos de chimpanzés não se mostraram sensíveis a injustiças contra outros indivíduos. É possível que os animais do estudo de Brosnan tenham rejeitados as uvas em parte devido à proximidade física dos menos afortunados (ou seja, por temerem algum tipo de retaliação), sugerem os pesquisadores.
Fonte: Folha Online
Nota da Redação: Cada vez mais, estudos comprovam que os animais são seres sencientes. Eles sentem, como nós, e são portanto sujeitos de direito, não podendo ser usados ou explorados para os fins humanos, mas sim, respeitados em sua integridade.