EnglishEspañolPortuguês

INSUSTENTÁVEL

Estudo descobre que a aquicultura mata mais peixes selvagens do que se pensava

21 de outubro de 2024
Redação ANDA
2 min. de leitura
A-
A+
Foto: Reprodução

Um novo estudo revela que o impacto da aquicultura sobre os peixes selvagens é “maior do que o comumente relatado”, desafiando a crença popular de que esse método pode integrar um sistema alimentar sustentável.

A pesquisa, conduzida por cientistas da Escola Rosenstiel de Ciências Marinhas da Universidade de Miami, da Oceana e da Universidade de Nova York, foi publicada recentemente na revista Science Advances. O estudo sugere que a proporção entre “entrada de peixes selvagens” e “saída de peixes de criação” – ou seja, o peso de peixes selvagens capturados e usados para alimentar os de cativeiro – é entre 27% e 307% maior do que as estimativas anteriores. Espécies carnívoras, como salmão, truta e enguia, requerem mais que o dobro de peixes selvagens para cada unidade de proteína produzida.

Os cientistas identificaram fontes anteriormente negligenciadas de peixes selvagens na alimentação da aquicultura e incluíram dados sobre a “mortalidade colateral por pesca”, que envolve aves marinhas, tartarugas, mamíferos e invertebrados. Além disso, fatores como a propagação de patógenos, uso de antibióticos, pesticidas e a poluição gerada por materiais de pesca descartados contribuem para a falta de sustentabilidade dessa indústria. O estudo também aponta a degradação costeira e as subestimadas emissões de gases de efeito estufa como outros elementos preocupantes.

A aquicultura, que cresceu mais de 600% entre 1990 e 2020, já responde por cerca de metade dos peixes consumidos mundialmente, tornando-se uma indústria bilionária. No entanto, os pesquisadores alertam que, assim como na criação intensiva de animais terrestres, essa prática acarreta doenças, crueldade e morte em grande escala.

Os autores concluem que são necessárias mais pesquisas para mensurar o impacto real da aquicultura sobre o meio ambiente e a biodiversidade, e sugerem que todas as políticas de expansão desse setor com base na sustentabilidade sejam reavaliadas.

    Você viu?

    Ir para o topo