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COMPORTAMENTO

Estudo de observação mostra que relação entre macacos melhorou após um furacão

Os responsáveis pela análise esperavam que a competitividade aumentasse por conta da falta de recursos, mas foram surpreendidos

21 de junho de 2024
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Lauren Brent | Universidade de Exeter

Macacos-rhesus se deram melhor uns com os outros após um furacão devastador, segundo estudo. Os biólogos analisaram os impactos de um furacão em uma população da espécie em ilha de Porto Rico.

As temperaturas frequentemente giram em torno de 40°C na ilha de Cayo Santiago, então a sombra é um recurso precioso para os macacos, já que a cobertura das árvores ainda está muito abaixo dos níveis anteriores ao furacão. Os primatas conhecidos por serem competitivos, tornaram-se mais tolerantes uns com os outros para conseguir acesso à sombra escassa.

“Está extremamente quente, não é apenas desconfortável, mas realmente perigoso para a saúde se você não conseguir baixar a temperatura do corpo”, disse a Dra. Camille Testard, pesquisadora de neurociência em Harvard.

Em 2017, o Furacão Maria atingiu Porto Rico, matando mais de 3 mil pessoas e destruindo 63% da vegetação em Cayo Santiago, também conhecida como Ilha dos Macacos.

O estudo, conduzido pelas universidades da Pensilvânia e de Exeter, nos Estados Unidos e Inglaterra respectivamente, e publicado na revista Science, descobriu que os danos causados pela tempestade mudaram os benefícios evolutivos de compartilhar sombra e tolerar os outros.

Testard disse que eles esperavam que, após o desastre, em um cenário com menos recursos de sombra, talvez houvesse mais competição, mas, na verdade encontraram o padrão oposto.

Usando dados coletados antes e depois do furacão, os biólogos examinaram a força e o número de laços sociais entre os macacos. Seja para comida ou sombra, os macacos não são conhecidos por serem muito bons em compartilhar recursos.

Devido ao aumento da tolerância, mais macacos conseguiram acessar a escassa sombra, que é crucial para a sua sobrevivência. “Ainda há competição dentro dos grupos como era antes, mas as regras do jogo mudaram desde então. O que realmente parece ser importante são os riscos de não sobreviver, o calor, o estresse e conseguir acesso à sombra”, disse a professora Lauren Brent, da Universidade de Exeter.

Eles descobriram que o aumento da tolerância entre os macacos se refletiu em outros aspectos de suas vidas diárias. Primatas que estavam compartilhando sombra também passavam tempo juntos pela manhã, antes que o calor os forçasse a procurar sombra.

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