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15 de 76 serpentes estudadas apresentam alto grau de vulnerabilidade

26 de abril de 2010
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Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Biociências (IB) da USP revela: das 76 espécies de serpentes localizadas na Serra do Mar, entre os Estados do Espírito Santo e do Rio Grande do Sul, 15 delas encontram-se em grande risco de extinção. Calcula-se que a Serra do Mar possua entre 80 e 90 espécies de serpentes. Para chegar a essa conclusão, o trabalho do biólogo Victor Vettorazzo utilizou um conjunto de características próprias de cada espécie para determinar quais delas possuem maior vulnerabilidade. Esses resultados, num futuro próximo, poderão servir para direcionar esforços de conservação dessas espécies da Mata Atlântica.

Ao todo, oito fatores foram analisados: tamanho máximo, tamanho médio da ninhada, grau de especialização alimentar, especialização em habitat, área de distribuição geográfica, amplitude climática ou latitudinal de distribuição, amplitude altitudinal de distribuição e capacidade de colonizar áreas alteradas pela humanidade. “O estudo demonstrou que o tamanho das espécies tem menos importância, enquanto a distribuição geográfica e a persistência em regiões alteradas pela ação humana, como áreas urbanizadas, apresentou maior relevância”, aponta o biólogo.

As espécies mais vulneráveis têm como característica comum uma distribuição geográfica restrita. “A Corallus cropanii (…) só possui quatro registros, concentrados entre as cidades de Itanhaém, Peruíbe e Eldorado, no litoral Sul de São Paulo”, relata. “Em seguida, há a jararaca-ilhoa (Bothrops insularis) (…) encontrada apenas na Ilha da Queimada Grande, em Peruíbe”. A cobra-da-terra (Atractus trihedrurus) e a Bothrops alcatraz, espécie de jararaca encontrada na Ilha de Alcatrazes, no litoral paulista, também fazem parte dessa lista.

O resultado da pesquisa foi comparado com a “Lista Vermelha Global”, elaborada pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), com sede na Inglaterra. “A listagem da IUCN se baseia principalmente na distribuição populacional, mas ao se levar em conta outros fatores, houve uma coincidência com a relação de espécies mais ameaçadas levantada pelo trabalho”, explica o pesquisador.

As informações do estudo também foram confrontadas com as listas de espécies ameaçadas no Brasil e dos estados atravessados pela Serra do Mar. Com relação à comparação entre listas-vermelhas regionais, a serpente surucucu (Lachesis muta) parece ter maior vulnerabilidade em algumas regiões, mas não em escala global. “A partir das conclusões do trabalho, novos estudos devem levar em conta fatores extrínsecos, diretamente relacionados à ação humana”, conclui Vettorazzo.

Fonte: EPTV

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