Um estudo publicado na revista Nature Communications nesta terça-feira (02/09), afirma que 74,5% da redução no número total de chuvas (15,8 mm a menos) durante a estação seca ocorreu por consequência do desmatamento sofrido na região.
A pesquisa avaliou 29 áreas de 300 quilômetros quadrados durante os anos de 1985 até 2020 e identificou também que a maior parte das áreas ao sul e leste, chamadas de ‘arco do desmatamento’, sofreu com perdas visíveis em níveis alarmantes.
Os 12 especialistas envolvidos no estudo optaram por comparar as consequências causadas pelo aquecimento global e também o desmatamento. Apesar de apresentar níveis baixos de participação na emissão de CO2 e CH4, os estudiosos determinaram que 16,5% do aumento nas temperaturas médias (0,4°C) também está vinculado às ações humanas em áreas antes cobertas por florestas.
“O desmatamento, a degradação florestal e os incêndios florestais alteram significativamente o clima da Amazônia, o que tem consequências de longo alcance para o sistema climático global. A Bacia Amazônica cobre cerca de 59% do território do Brasil, abrangendo cerca de 5 milhões de km². De 1985 a 2020, houve uma queda significativa na cobertura florestal, de 89,1% para 78,7%, enquanto as pastagens aumentaram de 4,2% para 14,8%”, diz a pesquisa.
Segundo o estudo, as atividades humanas associadas à mudança no uso da terra e à mudança climática global estão interrompendo o equilíbrio natural do ecossistema, levando a uma série de impactos ambientais que afetam tanto a região quanto o planeta como um todo.
Fonte: Terra