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Estudo alerta para doença mortal que afeta aves selvagens da Europa

22 de setembro de 2011
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A doença pode ser tratada nos centros de recuperação de aves. Foto: PÚBLICO/arquivo

Cada vez mais espécies de aves selvagens são afetadas por uma doença mortal que, segundo um estudo britânico publicado na revista “Ecohealth”, está se espalhando pela Europa.

A doença, chamada Tricomoníase, é causada por um parasita (Trichomonas gallinae) que existe nos pombos, mas não os afeta. Segundo Becki Lawson, veterinário de espécies selvagens na Sociedade Zoológica de Londres (ZSL, sigla em inglês) e o principal autor do estudo, desde que a doença foi detectada no Reino Unido, em 2005, as populações de verdilhões diminuíram até 35% e as de tentilhões 7%. O estudo revela que a doença já chegou à Finlândia, Noruega e Suécia.

“A tricomoníase é uma grave ameaça para as aves. Por isso é muito importante que veterinários e ornitólogos colaborem para determinar por onde a doença está se espalhando e qual o seu impacto nas populações de aves da Europa”, disse Lawson, citado hoje pela BBC online.

Ricardo Brandão, médico veterinário do CERVAS (Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens) em Gouveia, Portugal, conhece a doença. “No centro já deram entrada algumas aves com tricomoníase, como açores, gaviões e um peneireiro”; em outros centros já soube de casos com águias-reais e águias-de-Bonelli, por exemplo.”

A doença afeta o trato digestivo superior das aves, através da acumulação de uma massa no papo que impede a passagem do alimento. Os animais mais afetados são os filhotes e os jovens, cujo sistema imunológico está menos desenvolvido. “As aves não conseguem comer e acabam morrendo”.

Porém, “nos centros de recuperação, não é muito complicado tratar estes animais. Removemos a massa e administramos medicação, que se revela muito eficaz”, mesmo assim, “morrem muitos animais nos campos”.

Até ao momento, esta doença era mais conhecida nas aves de rapina, especialmente as que se alimentam de pombos. “Agora começa a ocorrer em passeriformes, ao contrário do que se conhecia. O que pode estar acontecendo é que as estirpes estão se tornando mais virulentas, com o tempo”.

Fonte: Ecosfera

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