EnglishEspañolPortuguês

AMOR PELA NATUREZA

Estudante de 17 anos monitora rotinas de animais silvestres no Piauí sob risco de extinção na Caatinga

14 de outubro de 2024
2 min. de leitura
A-
A+
Foto: Arquivo pessoal/Edilberto Rocha

O estudante Edilberto Rocha Júnior, de 17 anos, captura desde 2020 as rotinas de cerca de 50 espécies de animais silvestres na Caatinga em Sussuapara, a 316 km de Teresina. Algumas delas estão ameaçadas de extinção, como a jaguatirica e o gato-mourisco.

Segundo Edilberto, o interesse pelos hábitos dos animais surgiu quando ele percebeu a presença dos rastros deles em uma área de serra em meio às formações rochosas do bioma. Ele comprou uma câmera com sensor de movimento e instalou em locais estratégicos para flagrá-los.

“Eu sempre via os rastros na terra e tinha essa curiosidade de saber quais animais frequentavam a região. Meu objetivo é mostrar à população como a nossa biodiversidade é rica”, afirma o estudante.

Para fazer os registros, o jovem utiliza duas estratégias: posicionar a câmera em veredas por onde os animais costumam passar e – a que tem dado mais resultado – em frente a uma fonte d’água instalada pelo tio e alimentada pelo encanamento da casa dele.

A fonte é uma espécie de parada obrigatória para os animais. Uma jaguatirica foi flagrada, durante a madrugada, se hidratando no local. Guaxinins, raposas e gambás também marcam presença frequente.

Em outra cena, um gato-mourisco fêmea, acompanhado de quatro filhotes, sacia a sede no mesmo reservatório. As imagens capturadas por Edilberto flagraram ainda veados-catingueiros, caititus, mocós, furões, jacus-verdadeiros e pica-paus-de-topete-vermelho. Na nascente de um riacho, o estudante conseguiu um raro registro de uma paca.

O biólogo Izar Aximoff, que orienta Edilberto, destaca a importância da iniciativa do estudante em uma época com índices alarmantes de desmatamento dos biomas brasileiros, como a Caatinga.

“A Caatinga está sendo devastada a uma velocidade muito maior que a geração de conhecimento sobre sua biodiversidade. Esse fragmento do bioma, com cerca de 2 mil hectares e pelo menos 17 espécies de mamíferos, não é protegido”, alerta o biólogo.

Fonte: G1

    Você viu?

    Ir para o topo