Alimento é um dos itens essenciais para a sobrevivência de todo ser vivo e, no mundo animal, também influencia na reprodução das espécies.
Como descrito no capítulo “Como os animais procuram alimento”, do livro “Comportamento Animal: Uma introdução aos métodos e à ecologia comportamental”, a procura por alimento envolve estratégias e adaptações que variam de acordo com a dieta e o habitat de cada espécie.
A autora do texto, Flávia Mesquita, que atua como bióloga pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que forragear, ou seja, procurar alimento, é essencial para a manutenção das populações. Ela indica que alguns animais armazenam alimentos durante períodos de abundância para enfrentar a escassez futura, enquanto outros carecem de estratégias imediatas, como caça ativa ou coleta de frutos. O texto aborda, também, as diferenças entre animais carnívoros, que caçam ou capturam presas, e herbívoros, que dependem de plantas e possuem adaptações específicas, como microrganismos no sistema digestivo, para processar alimentos fibrosos.
Diversidade alimentar
Os animais são classificados com base em sua dieta principal e modo de forrageio, incluindo:
- Piscívoros : alimentam-se de peixes, como o tucunaré.
- Carnívoros : caçam ativamente ou utilizam estratégias de emboscada, como leões e serpentes.
- Herbívoros : consomem plantas, como bois e girafas.
- Frugívoros : dependentes de frutos, como primatas.
- Nectarívoros : alimentam-se de néctar, como beija-flores.
- Onívoros : consomem tanto alimentos vegetais quanto animais, como humanos e ursos.
Outras dietas mencionadas por Flavia incluem hematófagos (sangue), insetívoros (insetos), planctívoros (plâncton) e granívoros (sementes), evidenciando uma ampla variedade de adaptações alimentares no reino animal.
Um equilíbrio dinâmico
A bióloga afirma que a classificação alimentar de alguns animais pode mudar de acordo com o ambiente ou com a época do ano. “Ursos, por exemplo, são principalmente carnívoros, mas podem consumir frutas ou pastar em determinadas situações, sendo classificados também como frugívoros ou herbívoros”, elucida.
Segundo ela, compreender essas estratégias alimentares é essencial para médicos-veterinários, biólogos e outros profissionais que trabalham com manejo de espécies, permitindo identificar necessidades específicas de alimentação e comportamento que influenciam diretamente no bem-estar e na sobrevivência dos animais.
O capítulo escrito por Flávia também ressalta que a eficiência na busca por alimento está relacionada ao custo-benefício do comportamento. “Animais que fornecem maior quantidade de alimento com menor esforço são considerados mais eficientes, o que reflete diretamente na sua capacidade de se reproduzir e sobreviver em diferentes ambientes”.
Fonte: Cães&Gatos