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Estilistas famosos defendem o boicote à utilização de pele de animais na moda

9 de junho de 2010
2 min. de leitura
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Por Lobo Pasolini (da Redação)

É incrível e extremamente lastimável que o mundo da moda ainda use peles em suas coleções. Depois de décadas de campanhas de educação, não é possível que qualquer pessoa envolvida nessa indústria não saiba da crueldade com os animais capturados, torturados, criados, eletrocutados analmente e afogados para saciar a vaidade de algumas pessoas.

Mas a loucura continua. Esta semana relatamos que Brooke Shields resolveu vender a alma ao diabo e receber dinheiro da indústria de peles da Dinamarca para promover seu negócio encharcado de sangue. Ontem o jornal inglês The Guardian relatou que alguns estilistas, inclusive Oscar de la Renta, estão começando a usar pele de um roedor de 60 cm chamado nutria que vive nos pântanos do sul dos Estados Unidos. A pele arrancada à força desses animais já apareceu nas coleções de 2010. Outros designers usando esse ‘material’ são Billy Reid e J. Mandel.

John Bartlett e amigo

Felizmente, alguns designers sabem que é possível combinar estilo e ética. Stella McCartney é o exemplo mais óbvio e existem muitas outras grifes que já pararam de usar pele e couro em suas coleções. O mais recente deles é o estilista masculino John Bartlett (foto), de Nova York, que anunciou que a partir de sua próxima coleção deixará de usar couro. John tornou-se vegano recentemente e incorporou os princípios do veganismo em seu trabalho. Ele também promove feiras de adoção de cães em sua loja.

Em uma entrevista recente, John disse que a crueldade contra animais afeta muito sua maneira de ver o mundo. “Existem todas essas coisas que estão emergindo para mim, como vegetarianismo e crueldade contra animais. Eu quero uma real clareza sobre isso em minha vida de modo que eu posso falar sobre isso sem ser hipócrita. Isso quer dizer que eu tenho que descobrir opções de tecido ou materiais sintéticos para os sapatos na passarela e que eu talvez não possa trabalhar com empresas com as quais eu trabalhei no passado. Eu sei que vai ser um desafio. Eu sei que, quando eu fizer a mudança, muitos tentarão criticar e desconstruir o que eu estou fazendo – mas eu acho que tudo ajuda.”

Além de ético, em maio o talento de John foi reconhecido pela American Apparel & Footwear Association (AAFA), que deu a ele o prêmio de designer do ano.

John prova que é possível mudar até mesmo uma indústria marcadamente volúvel e inconstante como a da moda. As opções estão aí, é só buscá-las. Aqueles que escolhem a crueldade devem ser boicotados. Ninguém tem o direito de ganhar a vida com a morte alheia.

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