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DESTRUIÇÃO AMBIENTAL

Estas são as maiores ameaças aos oceanos e elas já estão mudando o planeta

A interferência humana representa a maior ameaça aos oceanos. Cientistas e conservacionistas esperam que essas soluções ajudem a reverter a situação.

19 de novembro de 2025
6 min. de leitura
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Foto: NOAA/NMFS/Blog do Centro de Ciência Pesqueira das Ilhas do Pacífico

São muitas as atuais ameaças aos oceanos e a maioria delas – se não todas – é causada por atividades humanas. Cerca de 80% da poluição marinha vem de atividades terrestres, causando mudanças rápidas em ecossistemas oceânicos inteiros.

Os oceanos cobrem 70% da superfície da Terra e proporcionam imensos benefícios ao planeta. Além de fornecer abrigo e alimento, cerca de metade do oxigênio que respiramos vem do oceano. Ele também é o principal regulador do clima e uma das maiores ferramentas do planeta para capturar as emissões de dióxido de carbono, bem como o excesso de calor, observa a Organização das Nações Unidas.

No entanto, os oceanos do mundo só podem absorver uma determinada quantidade de calor. O aquecimento global está causando alterações na química dos oceanos e em muitos de seus processos. Isso está ameaçando inúmeras espécies de animais marinhos que não conseguem lidar com temperaturas mais altas. A pesca, as espécies invasoras, os derramamentos de óleo e a poluição por plástico também contribuem para o declínio da saúde dos nossos oceanos.

Mas existem soluções para este cenário. Os conservacionistas defendem a criação de reservas marinhas extensas para proteger a biodiversidade. Outros estão encontrando maneiras de reduzir as práticas pesqueiras destrutivas. 

National Geographic listou as oito principais ameaças ao oceano e como mitigá-las.

Aquecimento global

A queima generalizada de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo, está aumentando a temperatura média da Terra e dos oceanos.

As geleiras, calotas polares e camadas de gelo estão derretendo devido a essas emissões de gases de Efeito Estufa, levando ao aumento do nível do mar e ameaçando as populações costeiras. Aproximadamente 40% da população mundial vive a menos de 100 km da costa e apenas 15% da costa está ecologicamente intacta.

Pesticidas

Os produtos químicos usados na agricultura são eficazes para matar insetos — e prejudicar a vida marinha. Pesticidas como os neonicotinóides, ou neônicos, têm sido associados ao colapso da pesca no Japão, por exemplo.

O escoamento das águas superficiais e a “deriva de pulverização” de pesticidas das fazendas acabam nas águas costeiras, onde esgotam o oxigênio, matando plantas marinhas e mariscos.

Resíduos industriais

Fábricas e plantas industriais descarregam esgoto, produtos químicos tóxicos e até mesmo lixo nos oceanos, causando danos significativos à vida marinha. As fábricas também liberam excesso de dióxido de carbono no ar, que é absorvido pelo oceano, causando acidificação oceânica e eventos de branqueamento de corais.

Águas residuais de fábricas contendo que contêm nitrogênio e fósforo podem levar à proliferação de algas que bloqueiam a luz solar para as plantas marinhas.

Derramamentos de petróleo

De acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), dos Estados Unidos, milhares de derramamentos de petróleo ocorrem a cada ano. Grandes derramamentos são considerados desastres ambientais massivos que podem ter impactos negativos por décadas.

Os derramamentos de óleo não só prejudicam os animais, sufocando-os, como também causam problemas de saúdenos peixes, desde defeitos congênitos até redução da velocidade de natação, especialmente em espécimes jovens.

Poluição do ar

Os poluentes atmosféricos são responsáveis por quase um terço dos contaminantes tóxicos e nutrientes que entram nas áreas costeiras e nos oceanos. Apesar de anos de progresso, a qualidade do ar está piorando devido a vários fatores, incluindo incêndios florestais mais extremos e mais tóxicos do que se pensava.

O aumento da poluição do ar torna os oceanos mais ácidos, matando corais e inibindo o crescimento de conchas e esqueletos de muitas espécies marinhas.

Espécies invasoras

Algas venenosas, cólera e inúmeras plantas e animais entraram nas águas do porto e perturbaram o equilíbrio ecológico. Uma maneira pela qual as espécies invasoras viajam para lugares onde não pertencem é através da água de lastro.

Os navios absorvem água para ajudar na flutuabilidade e no equilíbrio, mas a vida marinha também pode ser sugada e liberada em portos distantes, onde pode impactar negativamente a cadeia alimentar.

Pesca

Um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura estima que o número de populações de peixes sobrepescadas triplicou em 50 anos. Embora a pesca tenha diminuído em todo o mundo, ainda não atingiu níveis adequados de sustentabilidade.

Poluição por plástico

A produção de plásticos descartáveis atingiu níveis alarmantes, tornando a poluição por plástico uma das questões ambientais mais urgentes da atualidade. É um problema que existe em todo o mundo, com efeitos especialmente prejudiciais para os oceanos.

Todos os anos, 8 milhões de toneladas de plástico chegam ao oceano. Os resíduos plásticos prejudicam mais de 2 mil espécies da vida selvagem — a maioria morre por ficar presa ou é impedida de comer por ingeri-los, mas os produtos químicos nocivos dos plásticos também podem se infiltrar nas águas.

Soluções para proteger o oceano

Estabelecer Áreas Marinhas Protegidas

O oceano pode parecer vasto, mas apenas 8% dos mares é protegido. As Áreas Marinhas Protegidas (MPAs) são seções do oceano que os governos designam para conservação a longo prazo.

Estabelecer mais parques e reservas marinhas (também chamadas de áreas de conservação marinha ou santuários) pode ajudar a proteger a vida selvagem dos oceanos e seus habitats de ocorrências como a pesca excessiva e a poluição.

Reduzir práticas de pesca destrutivas

A pesca de arrasto não só destrói os ambientes marinhos e libera dióxido de carbono, como também pode levar a capturas acidentais. Alternativas como redes de emalhar podem ser melhores para os habitats marinhos, mas trazem outros impactos negativos.

Cientistas estão investigando métodos menos invasivos, como o uso de inteligência artificial para identificar áreas de pesca de arrasto e o desenvolvimento de equipamentos de arrasto de menor impacto.

Os esforços de conservação costeira e a “ciência voluntária” podem ajudar a promover a saúde dos oceanos em áreas específicas.

Minimizar o uso de sonares militares

Os sonares militares podem ferir ou matar baleias e outros mamíferos marinhos. Isso porque sonares e outros sons têm o poder de forçar os animais a se afastarem das áreas de alimentação, causar estresse e até mesmo perda auditiva.

Nos últimos anos, a Marinha dos Estados Unidos instituiu práticas de uso de sonares para ajudar a reduzir os impactos negativos sobre a vida marinha. Essas práticas incluem a redução ou desligamento dos sonares quando animais marinhos são avistados.

Evitar capturas acidentais de animais

Esta seria outra forma de ajudar a proteger os oceanos. Métodos como a instalação de luzes LED verdes nas redes de pesca podem ajudar a evitar que as tartarugas marinhas sejam capturadas, por exemplo.

O financiamento do rastreamento e monitoramento também ajudará a produzir novas formas sustentáveis de reduzir ou mesmo evitar capturas acidentais.

Reduzir a poluição

Seja por meio de produtos químicos tóxicos no ar ou do escoamento de pesticidas agrícolas, a poluição em suas diversas formas causa danos imensos à saúde dos nossos oceanos.

Embora grande parte do trabalho para reduzir a poluição deva vir dos governos e das indústrias, com a substituição de plásticos descartáveis na vida cotidiana.

Fonte: National Geographic Brasil

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