O pangolim será declarado espécie em perigo de extinção pelos Estados Unidos. A medida, proposta pelo Serviço de Pesca e Vida Selvagem (FWS), visa fortalecer as penas contra a caça e o contrabando deste animal, altamente ameaçado pelo tráfico.
De acordo com o The Washington Post, o FWS anunciou planos para incluir sete das oito espécies de pangolins na lista de animais ameaçados. A decisão está em consulta pública por 60 dias antes de se tornar oficial.
Em comunicado, o órgão afirmou que a proposta “reafirma o compromisso do serviço em proteger estas magníficas espécies e garante que os Estados Unidos não contribuem para o seu contínuo declínio”.
Nicholas Arrivo, advogado da Humane Society International, organização global de defesa animal, classificou a medida como “um passo na direção certa”, embora tardio. “Eles merecem ser protegidos da exploração comercial, e isto é um sinal de que os EUA estão fazendo a sua parte”, disse.
Estima-se que, entre 2014 e 2021, mais de 8,5 milhões de pangolins foram retirados da natureza na África Ocidental e Central, muitas vezes por redes de crime organizado. Na Ásia, sua carne é consumida e as escamas são usadas na medicina tradicional chinesa, apesar da falta de comprovação científica sobre seus supostos benefícios.
Em 2016, o comércio internacional de pangolins foi proibido, mas a prática continuou ilegalmente.
Apesar da medida, Dough Burgum, Secretário do Interior dos EUA, criticou a lista de espécies ameaçadas como “longa demais e ineficaz”. No entanto, ambientalistas pressionam há anos pela inclusão dos pangolins, já que os EUA têm um dos maiores mercados de produtos derivados do animal.
Com a possível nova classificação, autoridades esperam dificultar o tráfico e enviar uma mensagem clara: o tempo para salvar os pangolins está se esgotando.