O Pará e o Mato Grosso estão no topo da lista dos estados com maiores emissões de gases de efeito estufa do país. Apesar de terem avançado em suas políticas climáticas nos últimos anos, nenhum dos dois possui o documento base que serve de alicerce para as ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas: o inventário de emissões.
A informação consta no 1º Anuário Estadual de Mudanças Climáticas do Brasil, lançado nesta quinta-feira (30) pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS) e pelo Centro Brasil no Clima.
O documento, de mais de 200 páginas, reúne os principais dados e informações relacionados a clima de cada um dos estados brasileiros e do Distrito Federal. Segundo as organizações responsáveis pela publicação, o documento foi criado em resposta à falta de conhecimento especializado sobre ações climáticas em nível subnacional.
Por meio do trabalho, é possível saber que o Pará, maior emissor de GEE bruto do país, além do inventário – que está previsto pelo estado, mas não foi finalizado – também não possui Plano de Adaptação. O Rio Grande do Norte tem uma governança climática – leis e planos de enfrentamento – frágil, Rondônia necessita dos documentos básicos sobre o assunto, como inventário de emissões, planos de descarbonização e plano de adaptação, e que Santa Catarina apresenta baixa resiliência aos desastres naturais.
O anuário, no entanto, não traz somente os pontos de fragilidade na governança climática dos estados brasileiros. Ele também destaca avanços e oportunidades na agenda climática subnacional.
“Os estados são responsáveis por uma parcela significativa das decisões sobre infraestrutura, sobre uso do solo, energia e políticas de desenvolvimento econômico.
São também agentes muito estratégicos para captação de investimentos para os projetos de mitigação e adaptação climática, e eu acho que o anuário reforça essa perspectiva ao demonstrar como cada estado está lidando com seus desafios específicos, mas também criar um grande almanaque de boas práticas que podem ser ampliadas e replicadas”, disse Natália Cerri, gerente de projetos do Instituto Itaúsa, que apoia a execução do projeto.
Segundo as organizações autoras do Anuário, o objetivo da publicação é fornecer uma ferramenta de acompanhamento e apoio às políticas públicas e ações estratégicas dos estados e DF, em suas agendas de mudanças climáticas.
Acesse a publicação completa aqui.
Fonte: O Eco