Por Lobo Pasolini (da Redação)
O website Globo.com noticiou que moradores de Stoney Fork, em Kentucky, nos Estados Unidos, tiveram autorizada a caça de alces que entrarem em propriedades particulares durante janeiro e fevereiro.
E por que os animais entram nas propriedades? Por fome, já que a comida está escassa na montanhas cobertas de neve.
E o problema, como sempre, foi causado pelos humanos. Em 1997 ambientalistas introduziram uma população de 1.500 alces em 14 regiões do estado como parte de um programa ecológico e turístico. A desculpa na época foi restaurar a população de alces que havia sido dizimada durante a guerra civil no século XIX.
Hoje a população chega a 10.000 alces e, além da visita dos alces em suas propriedades, moradores reclamam de colisões com carros, embora nenhum humano até hoje tenha morrido por isso. Quanto aos alces …
A população de Kentucky é de quase 4.500.000 humanos, então 10.000 alces não parece exagerado. É muito fácil enxergar quem está sobrando aqui e ocupando cada vez mais território.
O fato é que para os animais não existe misericórdia nesta cultura de guerra: entrou na propriedade, pode matar. Até quando vamos apelar para violência para nos livrar de animais indesejados? Aqui no Brasil um caso atual é a guerra contra as capivaras pelo fato de elas carregarem o carrapato estrela que passa para humanos a febre maculosa. (Por enquanto elas parecem estar seguras, mas até quando?)
Essa mentalidade exterminadora é a mesmo dos grupos que saem por aí matando pessoas por estarem “sobrando” no mundo, segundo uma visão distorcida e absolutista do que é certo e errado. É fruto de uma ilusão humana que se outorgou o direito de decidir quem pode ficar ou quem tem que sair do planeta sobre o qual decretamos posse.