Por Lobo Pasolini (da Redação)
Um macaco-prego “faz sucesso” como cowboy no rodeio de Big Spring, no Texas. Whiplash, como ele é chamado, pastoreia ovelhas em cima de cães da raça Border Collie. Obviamente a ideia de se apresentar em público não partiu do macaco mas sim de um certo Tommy Lucia, que já criou perfil no Facebook e colocou vídeos no YouTube para popularizar sua atração.
O fato de que o macaco é forçado a participar de rodeios não surpreende já que esses são espetáculos de exploração animal. Rodeios são remanescentes do tempo dos gladiadores romanos, uma válvula de escape do barbarismo latente que sublinha a tensa cultura americana que infelizmente foi exportada para o mundo a fora.
O acréscimo de um macaco a essa equação de violência contra animais confere a esse teatro macabro um elemento de “freak show”. Como o macaco ‘parece’ com o humano, ele entra como o substituto contemporâneo do freak, um simulacro, o ser humano com uma característica radicalmente diferente, servido para um público ávido por diversão escapista e cruel, um objeto de chacota, uma oferenda sacrificial para um público primitivo e infantilizado.
Mas a verdade é que se nós conseguimos transformar a humilhação pública e involuntária do ser humano em algo moralmente repugnante, nós também podemos fazê-lo pelos não-humanos.
Com informações da Uai.com.br