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INVASÃO HUMANA

Espécies marinhas são mantidas em cativeiro em fazendas flutuantes no oceano

7 de novembro de 2021
Bruna Araújo | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Reprodução | One Green Planet

A indústria que explora animais para consumo busca frequentemente dissociar a ideia que os alimentos vendidos em supermercados são na verdade vidas ceifadas. Muitos investem em propagandas que mostram imagens ilusórias de fazendas paradisíacas onde porcos, vacas e galinhas vivem livremente em campos verdes e floridos, mas escondem a tortura e crueldade a que esses animais são submetidos até chegarem na mesa dos consumidores.

A pecuária é responsável pela destruição de florestas em todo o mundo, a emissão recorde de gases do efeito estufa e também é apontada com a causa das mudanças climáticas. Infelizmente, a ação humana não concentrada apenas em terra firme, a piscicultura agora está expandindo e agora invade oceanos para criar grandes fazendas e criadouros de peixes e outras espécies marinhas que terão como objetivo apenas serem mortos e comercializados.

Muitos desses animais marinhos foram retirados da natureza e aprisionados nesses recintos flutuantes. São espécies que nasceram livres e foram condenadas ao cativeiro e a à morte. Dados divulgados pelo portal One Green Planet afirmam que cerca de 40% de todos os peixes consumidos anualmente são criados em fazendas de peixes, que podem ser terrestres e agora, oceânicas. Um ambiente extremamente estressante e aterrador.

Esses animais são mantidos em locais pequenos e são alimentados com proteínas artificiais cheias de antibióticos e produtos químicos. Devido ao pouco espaço e o confinamento, esses animais são obrigados a ficar em recintos e tanques sujos e poluídos. Eles sofrem com doenças, asfixia e ficam com os corpos repletos de parasitas. A sujeira reduz a oferta de oxigênio, o que deixa os animais profundamente estressados.

Instalações terrestres são incrivelmente prejudiciais aos animais e ao meio ambiente e isso se amplia consideravelmente quando elas são instaladas no oceano. Com milhares de peixes residindo em um espaço fechado, inevitavelmente há uma grande quantidade de resíduos sendo produzidos. Esses resíduos geram bactérias que consomem oxigênio , criando zonas de baixo oxigênio. Os baixos níveis de oxigênio causam sérias ramificações para o ecossistema oceânico circundante.

A piscicultura no mar é uma receita de catástrofe para o oceano, mas, infelizmente, a prática é legalizada e defendida como uma forma de garantir o estoque de peixes disponíveis para consumo. Segundo dados da ONU, cerca de 80% dos estoques globais de peixes estão “totalmente superexplorados, esgotados ou em estado de colapso”. Nesse ritmo, os oceanos estarão praticamente vazios em 2048, ou seja, daqui a 32 anos.

A única forma de impedir que isso ocorra é frear ou abolir definitivamente o consumo de peixes e derivados. É preciso também adotar modelos de consumo consciente para impedir que a poluição plástica que assola os oceanos ganhe ainda maiores proporções. Apenas com educação ambiental e consciência será possível mudar a realidade desses animais e garantir a sobrevivência e saúde dos ecossistemas marinhos.

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