Estudo da Universidade de Queensland, Austrália, aponta que animais antes considerados extintos foram redescobertos, e que os esforços para conservação focam geralmente em animais que nunca mais serão encontrados. As informações são do site da Discovery News.
Os cientistas Diana Fisher e Simon Blomberg, ambos da universidade, examinaram 187 espécies de mamíferos que se pensava estarem extintas desde 1500, e descobriram que 67 delas foram redescobertas desde então.
Segundo Blomberg, em entrevista ao site, os mamíferos que tiveram seus habitats naturais destruídos são os mais fáceis de serem reencontrados. Já os mais difíceis são os mortos por predadores, doenças ou caça humana.
Fisher disse ao site que não é tarde para encontrar várias espécies em algum lugar em que elas possam estar vivas. “Elas podem não esperar para sempre para serem encontradas e protegidas, por isso o foco de conservação deve mudar para mamíferos com mais chances de estarem vivos”, falou. Segundo ela, o tigre da Tasmânia é um exemplo de espécie que dificilmente será encontrada novamente.
A Austrália é um dos países com maiores níveis de extinção de mamíferos. Porém, segundo os pesquisadores, a população local não está alertada sobre quais animais correm risco de extinção e não conhecem os animais que foram reencontrados.
Animais
O urso-marinho de Guadalupe, uma espécie de foca que se pensou ter sido caçada até à extinção por causa da sua pele, em 1892. No entanto, aparentemente, alguns núcleos populacionais sobreviveram em cavernas em ilhas e se proliferaram, com a população atual a ser composta por 15 000 indivíduos.
Outros exemplos de espécies redescobertas são o do rato-arborícola da Bahia que habita em florestas brasileiras na região da Bahia e que depois 1824 só voltou a ser encontrado em 2004, e de um tipo de wallaby, um pequeno canguru, que se pensava ter desaparecido em 1930 mas que foi reencontrado em 1973.
Em média, as espécie erradamente consideradas extintas vivem incógnitas cerca de 52 anos, segundo o estudo agora publicado na revista Proceedings of the Royal Society B que no entanto adverte que crise de extinções que a que se assiste atualmente é bem real, podendo tornar-se o 6º episódio de extinção em massa na história do planeta.
Este estudo contribui assim para identificar as espécies que, muito provavelmente podem ainda persistir redireccionando os esforços destinados ao fracasso que procuram espécies que com quase de 100% de certeza estão provavelmente extintas, como é o caso do lobo da Tasmânia, que já motivou a realização de 25 “buscas” a grande-escala.
Com informações do Terra