O avanço na recuperação dos manguezais no entorno do antigo aterro sanitário de Jardim Gramacho, na Baixada fluminense, vem mudando a paisagem do terreno às margens da Baía de Guanabara. Antes, tomado por montanhas de lixo e urubus, a área, agora, está coberta por vegetação nativa. O terreno, que por 40 anos recebeu toneladas de lixo, está sendo recuperado com o plantio de 150 mil mudas de três tipos de mangue: o branco, o vermelho e o negro. O programa de reflorestamento e o manejo feitos no local já vêm apresentando sinais de recuperação.
A regeneração do ecossistema trouxe de volta aves como Maçarico, Colhereiro e Penrilongo, assim como diferentes espécies de caranguejos, como Uçá, Guaiamum e Aratu. Até mamíferos, como capitavas e gambás, são vistos com frequência, além de jacarés e jiboias. A área recuperada corresponde a 1,150 milhão de metros quadrados. Outros 200 mil metros quadrados ainda farão parte do programa.
Até 1995, a região era considerada por especialistas um ”purgatório sócio-ambiental” onde quase tudo tinha sido arrasado pela presença do despejo de lixo e pela produção de chorume, que escoava, sem tratamento, para a Baía de Guanabara. Por dia, eram despejados cerca de 10 mil toneladas de resíduos sólidos, sem tratamento, no terreno.