Além disso, o Brasil vem defendendo, no âmbito da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), que todos os indivíduos da espécie em cativeiro no mundo sejam incluídos no Programa de Manejo Populacional da Ararinha-Azul, garantindo que a reprodução e reintrodução ocorram de forma coordenada.
O Brasil recebeu na noite da última terça-feira (28/01) um novo grupo de 41 ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) oriundas de Berlim, na Alemanha, para reforçar a proteção da espécie, considerada extinta há mais de duas décadas. A ação faz parte do Programa de Conservação da Ararinha-Azul, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que busca reintroduzir a ave ao seu habitat original, o bioma da Caatinga.
As aves, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), desembarcaram em boas condições de saúde no Aeroporto Internacional de Petrolina, em Pernambuco, e foram submetidas a uma inspeção sanitária conduzida pela Polícia Federal e pela Receita Federal. No local, passarão por um período de quarentena e serão monitoradas por uma equipe veterinária antes de serem transferidas para o centro de reintrodução em Curaçá, na Bahia.
Com essa nova transferência, um total de 101 ararinhas-azuis já foi enviado para o centro de soltura em Curaçá, o que representa um terço da população mundial da espécie. Atualmente, 11 indivíduos vivem livremente nas florestas.
A ararinha-azul, de acordo com o Ibama, desapareceu da natureza, principalmente, devido ao tráfico de animais silvestres e à destruição do habitat. Desde então, instituições brasileiras têm trabalhado para repatriar indivíduos mantidos em cativeiro no exterior e promover sua reprodução em condições controladas.
Reintrodução na natureza
Em 2020, 52 aves já haviam sido trazidas da Alemanha como parte desse esforço de reintrodução. Já em 2022, 20 ararinhas-azuis foram soltas na natureza de Curaçá, com monitoramento contínuo das condições ambientais e do comportamento da espécie. O projeto já apresenta resultados promissores: sete filhotes nasceram em ambiente natural, destacando o sucesso da adaptação das aves reintroduzidas.
Ainda segundo o Ibama, “a reintrodução das ararinhas-azuis na natureza é um passo crucial, mas ainda há muitos desafios pela frente. A restauração do habitat, o monitoramento contínuo das aves reintroduzidas e a participação das comunidades locais são essenciais para garantir que a espécie não desapareça novamente”.
Desafios
Outro desafio é o combate ao tráfico de animais silvestres. O Ibama, por sua vez, tem intensificado ações para evitar que outras espécies enfrentem o mesmo destino da ararinha-azul.