Por David Arioch
Especialistas de 15 instituições nacionais e internacionais se reuniram em Foz do Iguaçu este mês para definir um plano de emergência para evitar a extinção de duas espécies brasileiras – a rolinha-do-planalto e a choquinha-de-alagoas. A estimativa é de que existem apenas 32 dessas aves.
Segundo Eduardo Barbosa, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o caminho para evitar que desapareçam inclui ampliar os estudos sobre as espécies e protegê-las em seu habitat natural.
Além disso, o plano de preservação prevê métodos para levar ovos em segurança aos cuidados humanos e criar uma grande população de aves dessas espécies para serem devolvidas à natureza. Segundo o ICMBio, simultaneamente, as equipes no campo trabalharão para reduzir as ameaças que causam o declínio das populações.
O biólogo Carl Jones explica que a criação de aves sob cuidados humanos só deve ser considerada em circunstâncias muito particulares, quando a população de uma espécie está reduzida a tão poucas aves.
À beira da extinção
De acordo com o ICMBio, há 75 anos não havia registro da rolinha-do-planalto, até que ela foi redescoberta em 2015. A Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil) implementou um projeto de conservação para proteger o habitat da rolinha e aprender mais sobre a história natural da espécie, conhecida apenas de uma pequena área do Cerrado.
Hoje existem registros de apenas 20 indivíduos da espécie. A choquinha-de-alagoas sobrevive em uma única área protegida pelo ICMBio, a Estação Ecológica Murici, que fica no estado de Alagoas. O número de indivíduos dessa espécie diminuiu drasticamente nesse fragmento de Mata Atlântica altamente desmatada e a população total pode estar reduzida a apenas 12 aves.
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