Por Lobo Pasolini (da Redação)
Especialistas brasileiros e estrangeiros realizaram juntos uma pesquisa com macacos do Parque Zoológico Municipal “Quinzinho de Barros” em Sorocaba, SP, para aprender mais sobre a audição dos primatas.
Segundo um artigo do Jornal Ipanema, o objetivo do estudo é “entender como funciona o sistema auditivo dos primatas brasileiros”, embora o artigo não entre em detalhes exatamente como o estudo foi realizado, diz apenas que suas “atividades cerebrais e auditivas dos animais foram monitoradas com eletrodos, colocados no alto da cabeça e atrás das orelhas. Os especialistas lançaram sons de diversas frequências para registrar a capacidade de audição das espécies, monitorando as ações e reações”, diz o artigo.
“Entendendo o que os animais escutam, percebemos melhor como são as relações deles com o ambiente em que vivem, seja no momento da escolha do parceiro, seja para fugir de um predador”, disse a bióloga do zoo, Cecília Pessuti. Ela disse também que o estudo tem o objetivo de entender a evolução do sistema auditivo do ser humano.
Embora o estudo seja aparentemente inofensivo, fica sempre a pergunta: para quê submeter um animal a um procedimento invasivo e alheio à sua natureza, sem que ele possa dar “autorização”? Será que eles vão mesmo se beneficiar dessa interferência já que vivem em cativeiro? Não é possível afirmar ao certo, mas fica a impressão de que uma das intenções é aprimorar métodos de acasalamento para manter a população cativa.
O website do zoológico, que também se auto-refere pelo termo eufemístico ‘parque zoológico’, cobra ingressos, ou seja, os animais são uma atração. O negócio é todo revestido de um discurso conservacionista, mas então o que estaria um camelo fazendo em Sorocaba? E ainda por cima eles dizem que o camelo está ameaçado de extinção! Será que eles não sabem que existem milhões de camelos na Austrália e que o governo de lá inclusive quer matá-los com a desculpa de controlar suas emissões de carbono?
Do ponto de vista dos direitos animais, o que interessa é simplesmente preservar o habitat natural dos animais do que mantê-los em ambientes controlados com a desculpa de preservação da espécie. Os animais têm que ser livres e não peças vivas em museus verdes. E o dia que não houver mais florestas para os macacos viverem, eles terão que viver eternamente como internos de instituições humanas, a mercê da espécie que vandalizou suas casas?