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Especialistas fazem novo censo populacional do leopardo das neves, no Nepal

22 de dezembro de 2011
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Foto: Wikipedia

Um grupo de estudiosos se encarregou da difícil tarefa de contar os exemplares de leopardo das neves do Nepal, a espécie mais arisca dos felinos, e que está sob risco de extinção. Na última estimativa, realizada em 2008 pelo Fundo Mundial para Natureza em cooperação com as autoridades nepalesas, nesta região viviam 400 dos 4,5 mil exemplares que habitam o planeta, e os biólogos temem que este número tenha diminuído.
De acordo com o criador do projeto, Som Ale, da organização Conservação do Leopardo das Neves, o sistema de controle consiste na instalação de câmeras em uma área de 60 km quadrados, a uma altitude superior a três mil metros. O local a ser rastreado fica no distrito de Mustang, no centro do Nepal, onde nove câmeras estrategicamente dispostas irão gravar o cotidiano dos animais por dois meses e fazer a contagem.
Ale explicou que a maior dificuldade não é a identificação dos indivíduos, mas o fato de serem muito arredios. Cada leopardo é distinto pelas manchas no focinho e no dorso, que segundo o estudioso, “são únicas em cada um deles, assim como as digitais do ser humano”.
“Este é o mais esquivo dos grandes felinos, e não é fácil detectá-lo mesmo com toda tecnologia”, advertiu Ale, acrescentando ter instruído um grupo de estudantes para fazer o download das imagens periodicamente. Depois de realizada a contagem, a pesquisa irá se estender até outras dez regiões do Nepal onde este animal habita, que também pode ser encontrado em mais de uma dúzia de países.
Em Estados da Ásia Central e na cordilheira do Himalaia, também há o risco de extinção do leopardo das neves, principalmente por causa do crescimento da caça ilegal, devido ao alto valor de sua pele. Mais clara e menos amarelada que nos outros felinos, a pele deste leopardo chega a custar US$ 35 mil no mercado negro, o que consiste na maior ameaça à continuidade da espécie.
O uso de câmeras para contar os leopardos é inédito nesta região, embora a mesma técnica já tenha sido utilizada para estudar os tigres do Nepal, que também correm risco de desaparecer. No entanto, a nova experiência enfrenta maiores dificuldades: ao contrário dos tigres, o leopardo das neves não vive em áreas demarcadas, mas em espaços abertos e sem limites precisos.
Para o estudioso, essas circunstâncias transformam em um “pouco menos que impossível” o censo deste animal, que até agora só pôde ser conhecido através de sua pele e excrementos, exceto nas raras vezes que se deixou ver.
Fonte: Terra

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