O Supremo Tribunal rejeitou um recurso apresentado pela prefeitura de Tordesilhas, na Espanha, que argumentou que não havia razão para proibir a morte do touro durante o torneio.
A decisão definitiva proíbe que os populares matem o touro com lanças após persegui-lo pelas ruas da cidade. A lei também se aplica a práticas semelhantes, caso sejam realizadas em outras cidades da região.
O torneio
O Toro de la Vega é celebrado na terça-feira da segunda ou terceira semana de setembro, integrado nas festas de Nossa Senhora Virgem da Peña.
Antes de 2016, o torneio consistia numa perseguição a um touro – que começava na Praça de Tordesillas e terminava no rio Douro.
Nesse percurso, o animal era ferido com lanças por uma multidão. Caso o touro conseguisse passar os limites pré-definidos do percurso já não poderia ser morto.
Com a proibição, o touro Rompesuelas é lembrado como o último animal a morrer brutalmente na edição de 2015.
Desde então, o Toro de la Vega se transformou em uma corrida de touro normal pela cidade, no qual o animal não é morto em público.
O conselho local de Tordesilhas tentou argumentar que a legislação eliminou “a essência do rito popular que deu origem às touradas”.
Outro argumento alegou que “40 mil fãs” participaram do evento “em comparação com 100 ativistas”. Espantosamente, o conselho também argumentou que a morte do animal não diminuía sua dignidade, mas melhorava-a.
Os argumentos não forma aceitos e a Suprema Corte da Espanha pôs definitivamente fim à maneira tradicional de celebrar o Toro de la Vega. As informações são do El País.
Os ativistas
Silvia Barquero, presidente do PACMA, partido dos direitos dos animais da Espanha , passou anos lutando pela proibição da tortura e da morte do touro no festival Toro de la Vega.
Ela parabenizou-se pela proibição definitiva de uma prática que seu grupo acredita que “não está de acordo com as sensibilidades da sociedade de hoje.”
De acordo com Barquero, a decisão é a primeira vitória na luta para acabar com festivais similares relacionados às touradas .
“Toro de la Vega tornou-se apenas mais uma corrida de touro, que rejeitamos como fazemos com todas os outras”.