O governo da Catalunha anunciou formalmente estado de emergência nesta 5ª feira (1º/2) por conta da seca histórica que atinge a região. A situação é grave: em algumas áreas, a falta de chuva persiste há mais de mil dias. Os principais reservatórios hídricos da região estão em níveis abismais, alguns abaixo de 16% de sua capacidade.
Com o anúncio, as autoridades catalãs decretaram uma série de medidas para restringir o uso de água e garantir o abastecimento para necessidades básicas. Entre as medidas, estão uma redução de 20% na irrigação agrícola, a proibição de irrigação em parques públicos, o fechamento de piscinas públicas e privadas (exceto aquelas que utilizam água do mar), a desativação de chuveiros de praia e fontes ornamentais, e a limitação da lavagem de carros ao uso comercial. As restrições vigorarão pelos próximos 15 meses.
Muitas dessas restrições já estavam sendo aplicadas na região montanhosa dos Pirineus, na fronteira entre Espanha e França. Com o estado de emergência ampliado para toda a região, as medidas passam a valer em áreas urbanas mais densas, como a de Barcelona
A Bloomberg mostrou como a Catalunha se prepara para viver em um cenário climático mais instável. O governo regional prepara um plano de 2,6 bilhões de euros para os próximos anos para garantir a pujança econômica e turística de Barcelona, que inclui investimentos em centrais de dessalinização. Se sair do papel, o plano permitirá que os catalães possam viver apenas com águas subterrâneas, recicladas e dessalinizadas, sem a necessidade de chuvas.
“Estamos entrando em uma nova realidade climática. É mais do que provável que vejamos mais secas, que serão mais intensas e mais frequentes”, destacou o presidente regional da Catalunha, Pere Aragonés, citado pela Associated Press.
BBC, El País, Euronews e Guardian, entre outros, também repercutiram o anúncio e a crise hídrica na Catalunha.
Fonte: Climainfo