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MASSACRE

Eslováquia autoriza morte de 350 ursos, contrariando a União Europeia

9 de abril de 2025
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

O governo eslovaco anunciou a absurda decisão de autorizar a morte de 350 ursos-pardos, classificando-os como “ameaça à população” após um incidente fatal envolvendo um humano no último domingo. A medida, porém, é amplamente condenada por ambientalistas e especialistas em direitos animais como uma violação à Diretiva Habitats da União Europeia, que só permite a morte de animais em casos extremos e após esgotadas todas as alternativas não letais.

A declaração do primeiro-ministro Robert Fico — “Não podemos viver em um país onde as pessoas têm medo de entrar na floresta” — revela uma visão antropocêntrica que culpabiliza os animais por conflitos causados pela expansão humana em seus habitats. O governo ainda decretou estado de emergência em vários distritos, referindo-se à presença dos ursos como “indesejável”, apesar de a espécie ser protegida por leis europeias.
 
A justificativa para o mass4cre baseia-se em uma suposta “superpopulação”: o ministro do Meio Ambiente, Tomas Taraba, afirmou que os atuais 1.300 ursos no país deveriam ser reduzidos para 800, número arbitrariamente definido como “suficiente”. Essa alegação ignora dados importantes: em 2024, 93 ursos foram mortos oficialmente, enquanto 36 perderam a vida em atropelamentos — ou seja, a real ameaça são as estradas que fragmentam seu território, não os animais.
 
Organizações de proteção animal destacam que a Eslováquia falhou em implementar medidas básicas de prevenção, como educação ambiental, gestão de resíduos (que atraem ursos para áreas urbanas) e sistemas de alerta.

A situação na Eslováquia reflete um padrão preocupante na Europa. A Romênia, que abriga a maior população de ursos do continente (8 mil indivíduos), aprovou em 2023 a morte de 500 animais, também sob críticas.

Enquanto o governo eslovaco insiste em soluções letais, ativistas exigem ações efetivas: campanhas de conscientização, restrição de lixo orgânico em zonas florestais e tecnologias de monitoramento.

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