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Intensificam-se os esforços para salvar o rinoceronte-branco da extinção, na África

24 de dezembro de 2009
2 min. de leitura
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Por Vitor Marinho   (da Redação)

Quatro dos últimos oito rinocerontes-brancos do norte (Cerathotherium simum cottoni) vivem agora na África pela primeira vez em décadas, como parte de um último esforço para salvar a subespécie da extinção.

Existem apenas oito rinocerontes-brancos do norte no mundo e todos eles viviam em cativeiro até recentemente. Dois vivem nos EUA, no San Diego Wild Animal Park. Os outros seis vivem no Zoológico Dvur Kralove, na República Checa; destes, quatro foram levados, no domingo, 20, ao Quênia, onde se espera que o habitat natural os inspire a acasalar.

Acredita-se que os rinocerontes-brancos do norte sejam extintos na natureza; eles não foram vistos fora do cativeiro desde 2007, quando apenas um avistamento foi relatado. Como todas as espécies de rinocerontes, sua população foi destruída pela caça desenfreada por seu chifre, que é muito valorizado na medicina tradicional asiática e como ornamento nas bainhas dos punhais no Oriente Médio. Os rinocerontes-brancos do norte também viviam em uma região assolada por ataques das milícias Janjaweed, do Sudão, o que tornou a proteção desta última população selvagem quase impossível.

Foto: Reprodução/Scientific American
Foto: Reprodução/Scientific American

Então, por que devolver estes rinocerontes à África e por que agora? Os rinocerontes enviados ao Quênia incluem uma fêmea de 20 anos chamada Najin, a ultima fêmea da subespécie a dar à luz, embora isto tenha acontecido há muitos anos, em 2000. De acordo com um relatório, funcionários do Zoológico Dvur Kralove esperam que “os níveis hormonais da fêmea rinoceronte voltem ao normal na África, melhorando as chances de gravidez.”

Nem todo mundo pensa que esta viagem é uma boa ideia. “Não faz sentido mudá-la neste momento. É muito pouco e muito tarde”, diz Randy Rieches, curador de mamíferos no San Diego Wild Animal Park.

Neste momento, há pouca ou nenhuma esperança de manter o rinoceronte-branco do norte como uma subespécie à parte. Mesmo se as duas fêmeas que se mudaram para o Quênia derem à luz, é provável que se acasalem com seus primos, os rinocerontes-brancos do sul (Ceratotherium simum simum). O objetivo, agora, é passar seus genes adiante, o que poderia fornecer maior resistência às doenças transmitidas pela mosca-tsé-tsé aos rinocerontes-brancos do sul. De fato, o cruzamento entre as duas subespécies é “a única opção restante” para preservar seu material genético, de acordo com a International Rhino Foundation.

Se os rinocerontes irão responder ao seu habitat “natural” ainda permanece em aberto. Dos quatro rinocerontes repatriados, as duas fêmeas e um macho nasceram em cativeiro.

O dinheiro para o transporte dos animais foi doado por Alastair Lucas, vice-presidente da Goldman Sachs, na Austrália. O custo não foi divulgado. A segurança necessária para proteger os rinocerontes de caçadores custará em torno de 90 mil dólares por ano.

Fonte: Scientific American

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