Por Juliana Meirelles (da Redação)
De longe, parece um cachorro de pelúcia sobre uma mesa procedimento. De perto não só tem o tamanho de um animal real, mas pesa como um e as batidas de seu coração mudam com a patologia que está sendo estudada.
É um simulador animal, um animal robótico que como manequins humanos usados por médicos nas escolas de medicina, ajudam estudantes de veterinária na prática antes de tratar pacientes reais, de modo que seus testes não causem dor aos animais. As informações são do La Tercera.
No Chile, algumas universidades já os têm e no mundo a tendência só cresce. Já é possível treinar suturas no tecido e intubação traqueal para o diagnóstico das doenças dos animais de fazenda de tamanho real.
“Os alunos que imediatamente enfrentam um animal vivo não têm habilidades e competências e têm um monte de insegurança para agir. O que fazemos ajuda o aluno a se sintonizar e se sentir mais confiante de que não irá prejudicar o animal”, disse Macarena Vidal, diretora da Escola de Medicina Veterinária da Universidade Mayor, que usa modelos há três anos.
Rodolfo Paredes, diretor da Escola de Medicina Veterinária da Universidade Andrés Bello, que também usa simuladores, acrescenta que não existem técnicas complicadas, mas existem as que requerem uma grande quantidade de tentativas e que faz com que a possibilidade de que um animal sofra é alta. Por exemplo, a instalação de um cateter para tratamento venoso.
“Agora você pode praticar com braços de cães que vêm com uma via. Preparamos um líquido especial que tem consistência de sangue e também forma coágulos, por isso, se o aluno faz errado a via se fecha e ele não será capaz de obter a amostra de sangue, por exemplo”, diz ele.
Dean Hendrickson, professor da Universidade Estadual do Colorado, nos Estados Unidos, e criador de uma série de simuladores de tecidos e órgãos, assegura que os alunos se sentem mais confortáveis com a cirurgia e têm melhores habilidades ao trabalhar com animais vivos se tiverem testado pela primeira vez com simuladores. “Começamos a usar simuladores no início do programa com os alunos e eles têm sua primeira experiência com animais vivos no terceiro ou quarto ano do programa”, diz ele.
O diretor da Escola de Medicina Veterinária da UNAB concorda e diz que os simuladores de animais não só permitiram aos alunos a lidar melhor com o seu trabalho, mas facilitou aos professores avaliá-los melhor.
Como os simuladores deixam evidência de erros processuais, os professores podem fazer curvas de aprendizagem e detectar quanto tempo leva para cada aluno dominar cada uma das técnicas ensinadas. “Estamos implementando as técnicas e avaliando o seu impacto. Basicamente, vemos o quanto eles aprendem, e tivemos resultados muito bons. As habilidades que os alunos aprendem ao trabalhar com os simuladores são muito boas”, diz ele.