Por Giovanna Chinellato (da Redação)
No colégio Nate Hamilton, a aula de ciência animal e produção de alimento só oferece uma opção: matar. Os alunos foram obrigados a criar mais de 40 galinhas por cinco semanas, e então tinham de “processá-las”. As pernas das galinhas eram presas juntas, e elas ficavam penduradas acima de baldes enquanto o professor Hamilton passava a faca aos estudantes para que cortassem suas gargantas. E a qualquer estudante que se recusasse a virar assassino era dada a tarefa de arrancar penas.
Ofícios requisitando permissão dos pais são bem famosos em filmes, mas, quando se trata de matar galinhas, os pais ficam de fora.
Whitney Hillman se recusou a participar desse absurdo. E protegeu sua galinha da morte. Nas palavras de sua mãe, “Whitney sequestrou a galinha e fugiu da escola, deixando uma carta”.
Segundo informações da Animals Change, a galinha de Whitney está segura e feliz, vivendo em um santuário. A garota agradeceu orgulhosa pela suspensão de dois dias e pagará pela galinha o tanto que quiserem cobrar. Mas ela não vai se desculpar, e não se arrepende de ter salvo uma vida.
A jovem de 16 anos não aceitou o projeto desde o dia em que Hamilton fez com que colorissem suas galinhas para identificarem-nas (ela fez apenas um pontinho roxo no pé da galinha, que ela nunca precisou usar para identificá-la). Whitney comia pouca carne, mas não era vegetariana. “É uma droga, agora não consigo olhar um pedaço de frango sem pensar na minha Chicklett.”
O que é mais surpreendente é que outros alunos não reagiram da mesma forma, ou talvez não tivessem a coragem para encarar o professor. Em vez disso, passaram o resto do dia com sangue nas roupas e no rosto, e a imagem das galinhas que haviam nomeado sofrendo enquanto eram assassinadas por estudantes. Chicklett foi a única sobrevivente.
Alunos de ensino médio deveriam entender que aquilo que mastigam já foi um ser vivo, mas isso não foi aula de nada senão crueldade. Os alunos descobriram como matar, e não levaram em consideração a dor dos animais envolvidos. E o professor aparentemente acredita que galinhas devem passar fome por dias antes de morrer, e que não devem viver mais de seis meses.
Como a Dra. Karen Davis, da United Poultry Concerns, mostrou em sua carta à escola, aulas sobre drogas não exigem que alunos sintam sua influência, e não ficam se explodindo em aulas de história para aprender a verdade sobre as guerras. “A ideia de que estudantes precisem matar para aprender de onde vem sua comida é absurda e só pode ser aceita em uma sociedade sem senso crítico que nega respeito e proteção a quem merece.”
O que é mais perturbador é que os alunos deveriam aprender a compaixão de seus professores, não assassinato. Quando você pensa no link entre abusadores de animais e outros crimes violentos, especialmente como crianças vulneráveis em escolas são vítimas de bullying, aí você imagina um professor colocando uma faca na mão de adolescentes para cortarem gargantas de pássaros vivos, e imagina o estudante que ficou brincando com a cabeça de uma galinha… isso não é preparar a próxima geração para um mundo melhor.