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Escola de Brasília pratica maus-tratos contra animais

10 de dezembro de 2011
4 min. de leitura
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Pro-Anima
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A ProAnima, Associação Protetora dos Animais do DF, vem a público e junto à direção do colégio Leonardo da Vinci repudiar o lamentável evento de violência ocorrido ontem dia 7 de dezembro de 2011, no pátio da escola Leonardo da Vinci da Asa Norte (Brasília-DF).
O vídeo que nos foi disponibilizado mostra que uma jovem galinha foi trazida para a escola dentro da mochila de um alunos. Solta no pátio da escola, ela alternou-se entre correr desnorteadamente e ficar paralisada de medo. Fustigada e perseguida por alunos, acabou trancada na cantina, de onde foi retirada pelo Coordenador do Ensino Médio Luciano Galo, de cabeça para baixo, pelos pés, e arremessada por sobre um muro de pelo menos 3 metros de altura.
É lamentável que jovens de uma escola da capital do nosso país pratiquem abusos contra um animal e banalizem e se divirtam com o seu terror e sofrimento. Causa-nos particular consternação que um funcionário da escola (não o chamaremos de educador, pois ele não merece este título), que deveria não apenas esclarecer os alunos sobre a legislação vigente como também dar o exemplo de valores como a não violência, a ética e a compaixão, tenha “resolvido” o problema manejando e arremessando cruel e friamente o animal.
Se a escola, que diz em seu site ser promotora da ética e do respeito social e ao meio ambiente desconhece a legislação, informamos que:
A Lei nº 9605/98, conhecida como lei de crimes ambientais, em seu artigo 32, estipula que é crime “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”
No DF, a Lei nº 4060/2007 em seu artigo 3º caracteriza como maus tratos:
I – praticar ato de abuso ou crueldade em qualquer animal;
II – manter animais em lugares anti-higiênicos ou que lhes impeçam a respiração, o movimento ou o descanso, ou os privem de ar ou luz;
(…)
V – abandonar animal doente, ferido, extenuado ou mutilado, bem como deixar de ministrar-lhe tudo o que humanitariamente se lhe possa prover, inclusive assistência veterinária;
(…)
XVI – conduzir animais, por qualquer meio de locomoção, colocados de cabeça para baixo, de mãos ou pés atados, ou de qualquer outro modo que lhes produza sofrimento;
(…)
XX – ter animais encerrados juntamente com outros que os aterrorizem ou molestem;
A ciência já demonstra que galinhas são seres sencientes, isto é, capazes de se perceberem e ao seu entorno e sentir dor e prazer , dentre outras sensações. São criaturas complexas e sociais e a capacidade cognitiva das galinhas é cada vez mais conhecida. Reconhecer isso poderia ter sido uma experiência educacional. Mas não é necessário ser um cientista para ver que aquela galinha estava assustada e sofrendo. Bastava ser um pouco humano.
No livro The Mind of Leonardo da Vinci (1928), (A mente de Leonardo da Vinci), Edward MacCurdy escreveu sobre as ideias de Leonardo da Vinci sobre os animais:
“… A simples ideia de permitir a existência do sofrimento desnecessário, e ainda mais a ideia de retirar a vida, era-lhe abominável. Conta Vasari sobre um exemplo de seu amor pelos animais: quando em Florença ele passava por locais de venda de pássaros ele frequentemente as tirava das gaiolas com sua própria mão, e tendo pago aos vendedores o preço pedido, deixava que voassem embora, devolvendo-lhes a liberdade”.
Leonardo da Vinci era sem dúvida um homem à frente do seu tempo. Ontem numa desomenagem àquele que dá o nome da escola, adolescentes e um adulto privilegiados, membros da suposta elite da capital do país nos mostraram o que é estar atrás do seu tempo, praticando o desrespeito ao avanço em nossa legislação e consciência.
Nós, brasilienses e brasileiros, cansados de ver nossa capital associada à banalização da violência, clamamos pela reflexão sobre o episódio. Encaminharemos a denúncia às autoridades e solicitamos que a escola tome providência não apenas para punir os culpados como também para abrir dentro de sua comunidade a discussão sobre as implicações do respeito a outros seres sencientes para a construção de uma cultura da paz.
Brasília, 8/12/2011
Simone G de Lima
Diretora Geral
ProAnima
Se você também se indignou com a conivência da escola com os maus-tratos a animais, fale com eles no http://www.leonardoonline.com.br/fale-conosco/contatos

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