Há mais de 150 dias sem chuvas significativas, o Pantanal de Mato Grosso está sob risco frequente de queimadas. No dia 7 de agosto, o bioma registrou o primeiro grande incêndio do ano e as chamas só foram controladas uma semana depois.
De acordo com o climatologista Celso Oliveira, do Climatempo, a estiagem registrada no Pantanal de Mato Grosso é marcada pela ausência de chuvas com pelo menos 10 milímetros em 24 horas. Segundo ele, as chuvas de verão não conseguiram repor a umidade do solo.
O cenário alarmante, propício para queimadas, é o mesmo em outras regiões do estado. “Estamos com o solo bastante seco, vegetação seca, e registramos nesta semana temperaturas superiores a 40°C. Em Cuiabá, a expectativa é que essas temperaturas acima dos 40°C se tornem ainda mais frequentes, o que aumenta ainda mais esse risco de formação de queimadas”, pontuou Oliveira ao G1.
O incêndio registrado no início de agosto no bioma teve início em uma propriedade particular situada no km 47 da Transpantaneira após um trator pegar fogo. A possibilidade de novas queimadas de grandes proporções ocorrerem no Pantanal trazem temor aos ambientalistas e a sociedade em geral, especialmente após os incêndios florestais registrados no ano passado.
Cerca de 4 milhões de hectares foram destruídos em 2020, o equivalente a 26% do bioma. Na área, equivalente a um território maior do que a Bélgica, viviam cerca de 4,6 bilhões de animais que foram afetados pelas chamas. Ao menos 10 milhões morreram.
Na parte do bioma que está inserida em Mato Grosso, foram quase 2,2 milhões de hectares queimados. Em Mato Grosso do Sul, 1,7 milhão de hectares foram atingidos pelo fogo.
Conhecido por ser a maior planície alagada do mundo, o Pantanal não registra uma “cheia” há três anos. Além disso, a precipitação dos últimos meses na bacia do Alto Paraguai ficou abaixo do esperado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).