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Erradicada em outros países, a cinomose é uma das principais causa de mortes de cães brasileiros

11 de abril de 2010
4 min. de leitura
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Uma doença comum em cães, praticamente erradicada em países desenvolvidos, ainda é uma das principais causas de morte entre os cães no Brasil. Segundo dados da Sociedade Mundial de Proteção Animal, apenas 20% da população canina é vacinada contra a Cinomose. A doença não é transmitida para o ser humano, mas atinge o sistema nervoso do cão e quase sempre leva o animal à morte.

Segundo o veterinário Leonardo Brandão, a doença ainda está presente no país devido ao desconhecimento por parte da população de que todos os cães precisam ser vacinados contra a cinomose. “É importante conscientizar as pessoas que esta doença pode ser prevenida. Basta que os tutores sigam corretamente o programa de vacinação, três doses em filhotes e revacinação anual”, disse Leonardo Brandão.

O problema é que muitos tutores acham que a cinomose acomete apenas animais de rua e que não atinge cães, muitas vezes cercados de mimos, mas sem terem o cartão de vacina em dia. ”A cinomose é uma doença viral altamente contagiosa e pode ser transmitida por meio das secreções nasais, urina e ou fezes dos cães doentes.”

De acordo com o veterinário, a vacinação é a única forma de prevenir a doença que no início pode apresentar sintomas parecidos com uma gripe, diarreia, perda de apetite. “Os sintomas mais graves se manifestam por último. Os cães começam a perder os movimentos e podem ter convulsões”, disse Leonardo Brandão.

Por serem sintomas graves muitas pessoas são aconselhadas a sacrificar o animal. No entanto, o veterinário afirma que apesar de difícil há tratamento para doença. “Quando o cachorro já está infectado, o tratamento visa a combater infecções secundárias e a manutenção de um bom estado nutricional (principalmente no caso dos cães que estão com dificuldade de se alimentar). Por isso, é feito um tratamento sintomático e de suporte, já que não há um tratamento específico, e tem o objetivo de oferecer condições de recuperação natural do animal”, disse.

Acupuntura e fisioterapia
Passado o período de tratamento dos sintomas da doença, algumas sequelas neurológicas como paralisia e tiques nervosos podem ficar no animal. Nesses casos, o tratamento indicado é a fisioterapia aliada à acupuntura. A veterinária Daniela Figueiroa, especialista em fisioterapia animal, já presenciou vários casos de sucesso de pacientes que tiveram cinomose, perderam os movimentos e voltaram a andar com o tratamento de acupuntura e fisioterapia. “Não há como prever a quantidade de sessões necessárias, cada animal reage de uma forma. É uma alegria acompanhar o desenvolvimento dos cães e quando um deles recupera os movimentos é como se um milagre acontecesse”, disse Daniela Figueiroa.

Esse é o caso da cadela, sem raça definida, Vita que, por conta da cinomose, ficou seis meses totalmente paralisada. A cadela foi adotada pelo veterinário William Ferreira. Ele conta que, apesar de presenciar tanto sofrimento, nunca perdeu a fé de que a cadela fosse se recuperar. ”Ela fez várias sessões de fisioterapia, acupuntura e hidroterapia até que, aos poucos, começou a andar. Vita é sinônimo de Vitória, meu xodó que vive feliz com meus outros 14 cães”, William Ferreira.

Afeto ameniza o abandono
Segundo o veterinário William Ferreira depois de tratado os sintomas da cinomose e passado um período de observação, não há perigo de um cão que já teve a doença contaminar outro animal que esteja imunizado contra a cinomose.

Diagnosticada nos cães Léo e Bia, que foram socorridos no último dia 30, eles estão em tratamento em uma clínica de Uberlândia. “Os cães estavam pele e osso. Sem pensar os coloquei no meu carro e fui procurar ajuda”, disse a mulher que os socorreu, que não quis se identificar. 

Segundo o veterinário Paulo Henrique Monteiro, responsável pelo tratamento dos cães, eles estão bem e em breve poderão ser adotados.  A responsável pelo resgate dos animais está pagando todo tratamento, mas, por ter acolhido vários animais, não poderá ficar com eles. Ela só faz questão de que os dois permaneçam juntos. “Como bem diz a música de Oswaldo Montenegro, `Léo e bia souberam amar…`. Abandonados, doentes,com fome e sede permaneceram juntos. Encontrados juntos, em tratamento, se fortalecem. Agora procuram por alguém que os saiba verdadeiramente amar”, disse a leitora. Mais informações sobre Léo e Bia ligar para (34) 3236-6984.

Fonte: Correio de Uberlândia

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