Uma força-tarefa trabalha para instalar comedouros e bebedouros para os animais afetados pelo incêndio na Floresta Nacional de Ipanema (Flona), em Araçoiaba da Serra (SP). O fogo começou na sexta-feira (19/09) e o combate às chamas continuou neste domingo (21/09).
Diversas equipes estão mobilizadas para tentar extinguir o incêndio. Entre elas, estão brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Defesa Civil, voluntários, entre outros. Também há o apoio de helicópteros e caminhões pipa.
A Flona é uma das áreas de maior biodiversidade do país. Paulo Yamaguchi, que coordena a fiscalização ambiental da prefeitura e foi designado para gerir o combate, conta que encontrou animais mortos e carbonizados pelo fogo.
“Nós começamos as buscas por animais feridos na manhã deste sábado (20/09). Conseguimos resgatar alguns répteis e, infelizmente, encontramos outros carbonizados. Alguns bichos nós conseguimos soltar já de imediato por estarem bem, mas estavam perdidos entre as cinzas”, explica.
Segundo o profissional, os animais feridos que precisam de atendimento médico estão sendo levados ao hospital veterinário da Universidade de Sorocaba (Uniso).
Ações em andamento
Segundo o ICMBio, diversas ações estão em andamento para que as chamas sejam controladas o quanto antes. Um dos pontos de atenção crítica fica em áreas próximas ao Sítio Histórico, Vila São João de Ipanema e área central da UC,
As equipes trabalham para evitar que o fogo atinja áreas sensíveis, patrimônio histórico e casas de moradores. Além disso, a área é monitorada por drones e satélites.
O ICMBio alerta para que os moradores evitem acessar trilhas e áreas próximas à floresta e, em caso de fumaça intensa, mantenham portas e janelas fechadas.
Como ajudar a fauna
Diante da perda de recursos naturais para os animais, as equipes da Flona iniciaram uma campanha de arrecadação de alimentos. Veja como contribuir:
- O que doar: Frutas, verduras e ovos, que são alimentos que os animais consomem na natureza.
- Onde levar: A entrega pode ser feita diretamente na portaria da Floresta Nacional de Ipanema.
Outros itens: Brigadistas também aceitam materiais que possam ser usados como bebedouros ou comedouros, como galões de água.
“Nós temos experiência científica e estivemos na Flona inúmeras vezes, então, é um local que conhecemos bem e sabemos o que precisa. Nós vamos fazer o que for possível para resgatar tudo o que der”, diz o biólogo.
Além disso, também podem ser doados Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para combate a incêndios, entre eles:
- Óculos de proteção;
- Perneiras;
- Luvas de couro;
- Lanterna de cabeça;
- Balaclava de fibra meta aramida ou bandanas 100% algodão;
- Cantil para água;
- Coturnos e meias;
- Pilhas para as lanternas (AAA) .
Causa do incêndio é investigada
O coordenador do centro especializado em manejo de fogo do ICMBio, João Morita, explica que o incêndio começou em uma região central da Flona e se alastrou com facilidade por atingir áreas de mata preservada e de manejo delicado. O instituto apura se o fogo tem relação com um carro que pegou fogo na mesma região e data.
“Nós não descartamos nenhuma possibilidade. O trabalho, agora, é para extinguir as chamas. A avaliação dos fatos ficará para depois”, diz Morita.
Segundo o piloto de um dos helicópteros, Thiago Grosso, o calor e o aumento da velocidade do vento têm dificultado o combate. “O fogo está bem intenso, mas a proximidade do local de captação da água tem sido um fator positivo. Não dá para saber o tamanho da área atingida ainda, mas o fogo está se alastrando”, detalha.
De acordo com João, o fogo atingiu parte das áreas da floresta abertas para visitação. Nela, existem espécies de manejo delicado e, por isso, o incêndio acabou se alastrando com mais facilidade do que o comum.
“Ela é uma unidade de conservação federal muito bem preservada. A Flona abriga inúmeras espécies da fauna e a flora. Existe uma equipe de resposta e voltada à tarefa de monitoramento e resgate dos animais. Existem profissionais das áreas biológicas e veterinárias treinadas para ajudar no combate”, detalha.
Segundo o piloto de um dos helicópteros, Thiago Grosso, o fogo segue se intensificando devido às altas temperaturas. O aumento da velocidade do vento, que ajuda a propagar as chamas, também tem contribuído para a dificuldade em combater o incêndio.
“O fogo está bem intenso, mas a proximidade do local de captação da água tem sido um fator positivo. Não dá para saber o tamanho da área atingida ainda, mas o fogo está se alastrando por conta do calor e do vento, que estão aumentando. Estamos empenhados”, detalha.
Fonte: G1