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Equipe anti-caça formada por mulheres veganas é a mais eficaz na proteção de espécies ameaçadas

19 de julho de 2018
2 min. de leitura
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Há cerca de 10 anos, o especialista australiano em conservação, Damien Mande, fundou a ONG International Anti-Poaching Foundation (IAPF) com o intuito de combater a caça e o tráfico de animais, e preservar a vida selvagem em nações africanas.

Inicialmente, Mander tentou o que ele chamou de “uma abordagem militar” para combater a caça. Porém, após anos de sucessivas falhas, ele recentemente optou por colocar mulheres à frente do confronto, em vez de homens.

A ONG International Anti-Poaching Foundation montou uma equipe formada exclusivamente por mulheres veganas para combater a caça e o tráfico de animais.
Mulheres integrantes do projeto Akashinga, da IAPF.  (Foto: Reprodução)

Dessa forma, em 2017 Mander lançou um programa chamado “Akashinga” (em tradução literal, “as bravas”), que envolve o recrutamento de mulheres africanas oriundas de ambientes desfavorecidos. Entre as integrantes, existem mulheres sobreviventes de abuso, mães solteiras, esposas abandonadas, prostitutas e órfãs, e todas elas são treinadas para tornarem-se guardas florestais.

As alistadas passam pelo mesmo treinamento que os guardas florestais homens, para prepararem-se para o complexo e perigoso trabalho de conservação da fauna silvestre africana. Elas participam de extenso programa de capacitação, que abrange desde a preservação da cena do crime até o gerenciamento de crises e camuflagem. Além disso, as mulheres também aprendem a manusear armas de fogo com segurança, lidar com animais selvagens perigosos e muito mais.

Todas as guardas-florestais são adeptas a uma dieta vegana rigorosa, com a finalidade de livrar os animais da exploração e maus-tratos impostos pela indústria alimentícia, e para beneficiar sua própria saúde.

O programa é um grande sucesso. Com 30 mulheres na equipe, a equipe Akashinga já realizou cerca de 60 prisões, e as penas dos condenados somadas ultrapassam os 41 anos. Recentemente, a equipe teve êxito em ações contra indivíduos envolvidos com crimes graves, como caça, tráfico de marfim e captura de antílopes de martas.

De acordo com Mander, Akashinga tem sido “mais eficaz” do que qualquer outro programa que ele já conheceu, o que é um grande feito, considerando sua longa história de envolvimento na conservação da vida selvagem. Como ele destacou, ter optado por mulheres na linha de frente desse combate pode estar estritamente relacionado ao grande sucesso do programa.

Além de empoderar as mulheres e impedir a caça de troféus, Akashinga também está tendo um impacto positivo nas comunidades locais: mais de 70% dos custos operacionais do projeto retornam diretamente para as comunidades africanas através da geração de emprego, bens e serviços.

“As mulheres vão mudar a face da conservação para sempre”, afirmou Mander. 

A iniciativa da IAFP representa a possibilidade de coordenar um projeto que pode, concomitantemente, beneficiar e proteger os animais e os seres humanos.

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