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Envenenamento de animais choca vizinhos de Alphaville (SP)

22 de agosto de 2015
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Foto: Mauricio Maranhão/Folha de Alphaville
Foto: Mauricio Maranhão/Folha de Alphaville

Indignação é a o sentimento que predomina entre moradores da alameda Escócia no residencial Alphaville 1. Desde julho eles registram casos de mortes de gatos por envenenamento, mas na última semana a situação pirou: foram 10 animais mortos, vítimas de envenenamento por “chumbinho”.
Moradora do residencial há quase 30 anos, Kim Rosen sempre teve animais e chegou a perder alguns deles pelo mesmo motivo, mas nunca viu nada desse tipo. “Até sexta-feira (14) eu tinha 3 gatos. Desde de setembro de 2014 foram 5 gatos mortos por envenenamento. Mas acontecia um caso, depois de um tempo outro, não sabia o que poderia estar havendo, mas agora foram muitos animais em uma semana”, conta.
Hoje com 2 gatos e 2 cães, Kim mantém seus animais presos, limitando seu acesso até mesmo ao próprio jardim.
Mônica Salles chegou ao residencial em dezembro de 2014. Ela veio com o marido, os filhos e sua pinscher de 7 anos, a Channel, que perdeu há 11 dias, vítima da mesma crueldade. Com uma comprovação veterinária de que Channel havia morrido por intoxicação de “chumbinho”, Mônica registrou um boletim de ocorrência. “Eu sinto que devo alguma coisa a Channel, ela nunca fez mal a ninguém. Tenho medo de ter outro cãozinho e perder novamente”, desabafa a moradora.
Além dos que perderam seus próprios animais, há ainda moradores que encontraram gatos mortos em frente às suas casas. Mas independentemente desses gatos terem tutores ou não, maltratar animais é crime previsto por lei (nº 9605), como explica a advogada e professora da Universidade Mackenzie, Maria Cecília Ladeira de Almeida: “Isso é caso de polícia. Existem sanções penais (que podem resultar em penas e multas) e civis (como indenização de perdas e danos da família) para isso e a administração não pode se eximir, deve garantir a segurança”.
A administração do condomínio cedeu as imagens da câmera instalada na alameda Escócia e afirmou estar colaborando com as investigações. “Nós intensificamos a ronda naquele perímetro, a fim de identificar algum movimento suspeito”, afirmou Paulo Cesar de Lemos, diretor presidência do condomínio. Os agentes da Polícia Civil que estão investigando o caso não deram detalhes sobre as ações.
Na segunda-feira esses moradores se reuniram na alameda onde os casos se acumulam. Ao logo do caminho colocaram faixas e placas pretas com a pergunta: Quem está envenenando nossos animais?
“A primeira coisa que esperamos é parar com o envenenamento, precisamos poupar outras vidas. Uma crueldade como essa nunca será punida como merece”, finaliza Kim.
Veneno
De acordo com a veterinária Paula Gomide o “chumbinho” tem substâncias que causam um estímulo contínuo de um neurotransmissor resultando, entre outras coisas, na falência respiratória, uma das causas comuns de óbito nesses casos.
Ainda segundo a especialista, o tempo de intoxicação varia pela quantidade e forma de absorção do veneno – misturado a um alimento ou em plantas, com o qual o animal pode ingerir ou ter contato pela pele.
É preciso ficar atento aos sinais. De acordo com o veterinário e docente da Anhembi Morumbi, Fabrício Lorenzini, tremores musculares, salivação excessiva, efeitos gastrintestinais como vômitos e diarreia são os sintomas mais frequentes do envenenamento.
Fonte: Folha de Alphaville

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