Em um mundo onde a figura de um chefe de Estado é frequentemente associada a protocolos rígidos e distância cerimonial, o Presidente da Irlanda, Michael D. Higgins, compartilhou sua liderança com seus cachorros que, mais do que animais domésticos, tornaram-se embaixadores não-oficiais do governo.
Desde que assumiu o cargo em 2011, o presidente de 84 anos é sempre visto ao lado de seus companheiros fiéis, Shadow, Síoda, Bród e, mais recentemente, Misneach, todos da raça bernese.
Com a presença constante dos animais na residência oficial Áras an Uachtaráin, Higgins fez mais do que compartilhar momentos de carinho. Ele mostrou, em gestos simples e públicos, o quanto a convivência com cães pode humanizar o poder e promover valores de empatia, cuidado e respeito por todas as vidas.
Bród, cujo nome significa “orgulho” em irlandês, e Síoda, “seda”, tornaram-se presenças habituais em recepções oficiais, conquistando tanto visitantes quanto o público. Em uma era em que a política muitas vezes parece distante, as imagens do presidente acariciando os cães ou caminhando com eles pelos jardins do palácio presidencial ajudaram a construir uma imagem de afeto e proximidade.
Após a morte de Bród, em abril de 2023, aos 11 anos, o país reagiu com comoção. Higgins descreveu o companheiro como “uma fonte de sabedoria e alegria”, palavras que ecoaram entre cidadãos que viam nos cães do presidente um reflexo da própria relação dos irlandeses com os animais.
Hoje, com a aproximação do fim de seu mandato e a celebração do quinto aniversário de Misneach, cujo nome significa “coragem”, o presidente encerra um ciclo que ficou marcado não apenas pela política, mas pelo exemplo de convivência compassiva.
Nas redes sociais, a conta oficial da Presidência da Irlanda publicou fotos de Misneach ao lado de um cartão de aniversário e recebeu milhares de mensagens carinhosas. “Ter um cachorro deveria ser requisito para ser presidente”, comentou um usuário, enquanto outro escreveu: “Espero que o próximo presidente ame tanto os animais quanto Michael D. Higgins”.
