EnglishEspañolPortuguês

Entidades protetoras se mobilizam para evitar o sacrifício de animais de rua em Chã Grande (PE)

6 de janeiro de 2010
3 min. de leitura
A-
A+

A Secretaria de Saúde do município de Chã Grande, localizado na Zona da Mata pernambucana, tomou uma decisão que desagradou os protetores de cães e gatos. O secretário de saúde, Jairo Paiva, pediu ao Centro de Vigilância Ambiental (CVA) do Recife para recolher os animais que estivessem nas ruas da cidade.

Temendo que os animais sejam sacrificados, entidades defensoras se mobilizaram e conseguiram suspender, pelo menos temporariamente, a ação, prevista para durar três dias. A Associação de Amigos e Defensores dos Animais e do Meio Ambiente (Adama) e a organização não governamental Veterinários Sem Fronteiras vão apresentar ao município uma contraproposta para evitar a transferência para o CVA de Recife. As duas entidades querem sensibilizar a população de Chã Grande, fazer com que os moradores da cidade adotem os bichos que estão nas ruas e permanecerem com os que já têm, ainda que doentes.

A ação foi suspensa após reclamações das instituições que cuidam de cães e gatos. (Foto: Edilson Segundo/DP/D.A Press)
Foto: Edilson Segundo/DP/D.A Press

A denúncia partiu da assistente social Neuma Borba. Ela estava fazendo uma visita em Chã Grande e ouviu um carro de som anunciando uma parceria entre as prefeituras das duas cidades para recolher animais de estimação. Na manhã de terça-feira (5), a assistente social presenciou os animais sendo recolhidos. “Acho que houve uma arbitrariedade cometida pelas duas prefeituras. Não poderiam ter recolhido todos os animais que estavam na rua. A maioria estava saudável. O mais grave é que em cidade de interior os animais costumam ficar soltos”, comentou a assistente social. Atordoada, ela saiu avisando a vizinhança que o CVA iria recolher os bichos que estivessem nas ruas.

Ao saber do ocorrido, a presidente da Adama, Maria Padilha, resolveu buscar esclarecimentos nas duas prefeituras. “Liguei para o secretário de saúde e também para a diretora da vigilância sanitária do município e pedi para que a ação fosse suspensa. Vamos apresentar um projeto para que os cães e gatos passem por esterilização. Mostraremos outras alternativas”, adiantou. Maria Padilha questionou a maneira escolhida pelo município de Chã Grande para resolver o problema dos animais que estão doentes ou nas ruas. “Só trazer esses cães para Recife dentro de uma carro já é considerado maus-tratos. É um absurdo uma coisa dessas”, criticou.

Segundo informação da assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde do Recife, a ação de colaboração entre as duas prefeituras é legal e a entidade seguiu orientação do Ministério da Saúde (MS). “O MS diz que o município que não tem CVA pode solicitar auxilio àquele município que tem. Uma equipe foi até o local depois que a Secretaria de Saúde de Chã Grande fez um ofício para o CVA do Recife solicitando a ação”.

A assessoria de imprensa acrescentou que os cães que já foram recolhidos na ação de terça-feira ficarão em um canil separado e não serão sacrificados. Passarão por uma avaliação veterinária e depois serão disponibilizados para adoção.

Já o secretário de ssaúde de Chã Grande, Jairo Paiva, disse que aguarda a visita das entidades de defesa dos animais. “Vamos ouvir a proposta deles e a nossa intenção é resolver o problema da melhor maneira possível. Enquanto isso, o recolhimento fica suspenso”, garantiu. Ele explicou ainda que a ação foi motivada por pedidos da própria população, que estava reclamando do grande número de animais abandonados nas ruas da cidade.

Fonte: Diário de Pernambuco

Você viu?

Ir para o topo