O canil da Avenida Bandeirantes foi abandonado pela prefeitura. A denúncia é de representantes da Associação Amiga dos Animais de Americana, antiga gestora do canil. Eles afirmam que cerca de 300 animais vivem soltos às margens do Ribeirão Quilombo e têm contato com capivaras que ficam no local.
Na sexta-feira, a reportagem do TodoDia esteve no canil e nenhum funcionário da prefeitura foi encontrado no local. O canil sofreu uma intervenção da prefeitura em abril, após denúncias de maus-tratos aos animais.
Para a antiga coordenadora do canil, Laíde Felizati Baghin, os animais recém-nascidos e doentes foram misturados aos saudáveis e a prefeitura não presta atendimento veterinário aos doentes. “Isso não pode acontecer. Minha expectativa era de que o trabalho seria melhorado. Eles estão deixando os animais em pequenas cabines no meio da mata”, denunciou Laíde. Segundo a associação, hoje vivem cerca de 120 gatos e cerca de 50 cães no local.
Para Rodrigo Mogaroto, morador do Condomínio Guaicurus há cinco anos, a quantidade de animais circulando entre os prédios aumentou após a intervenção no canil. “Todos os moradores estão preocupados. Principalmente porque este trecho é frequentado também por capivaras”, relatou ele.
Em nota, a prefeitura afirmou, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que a própria população deixa os animais nas imediações do canil. De acordo com a assessoria, um funcionário fica até as 16h no local para recolher animais.
Histórico
Em meados de abril, o Centro de Controle de Zoonoses de Americana decidiu pela intervenção no canil e gatil localizado na Avenida Bandeirantes. Na ocasião, a coordenação do centro alegou que o canil funcionava em condições precárias. O repasse de recursos foi suspenso por falta de documentação exigidos das entidades que recebem subvenção do Executivo. A Associação Amiga dos Animais de Americana foi impedida de continuar os trabalhos no local.
O coordenador do centro, Fernando Vicente Ferreira, disse na ocasião que ocorreram transgressões no canil. Uma delas foi encontro de duas fêmeas prenhas. Outras irregularidades seriam a falta de organização e de higiene e animais doentes, informou Ferreira, além de dívidas da entidade com várias instituições e falta de pessoal para trabalhar. Segundo ele, funcionários estavam com os vencimentos atrasados e sem encargos sociais recolhidos. Segundo a antiga coordenadora do canil, Laíde Felizati Baghin, a prefeitura deveria ter pensado, mas antes da intervenção.
Fonte: TodoDia Online