A toxoplasmose é uma doença causada por um parasita microscópico chamado Toxoplasma gondii e é transmitida pelas fezes dos gatos. No caso das grávidas, se uma mulher for infectada pela primeira vez durante sua gestação, ela corre o risco de abortar ou de que o bebê nasça com problemas congênitos. Se ela já tiver entrado contato com o parasita no passado, esse risco é praticamente inexistente, pois o seu corpo desenvolve anticorpos.
Desfazendo as ideias fantasiosas sobre a toxoplasmose
A toxoplasmose infecta quase todos os animais de sangue quente, incluindo animais domésticos e humanos. Embora os gatos sejam uma parte necessária do ciclo de vida do T. gondii, o parasita raramente causa doenças clínicas neles.
Embora o T. gondii raramente cause sintomas significativos em pessoas adultas saudáveis, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças identificaram recentemente a toxoplasmose como uma das cinco infecções parasitárias negligenciadas em pessoas. Acredita-se que mais de 60 milhões de pessoas nos Estados Unidos estejam infectadas.
É importante ressaltar que o simples contato com um animal infectado, com seu pelo ou até mesmo com suas fezes “frescas”, não é motivo suficiente para contrair a doença. Apenas 1% da população felina participa da disseminação da toxoplasmose. Os gatos contraem o parasita quando caçam e se alimentam de outros animais infectados, como ratos e pássaros.
Se isso acontecer, os “ovos” da toxoplasmose (chamados de oocistos), durante um curto período de tempo, serão expelidos junto com as fezes do gato. Mesmo assim, esses oocistos só podem infectar uma pessoa ou outro animal se eles estiverem “esporulados”, ou seja, se ficarem expostos a temperaturas acima de 36° C por mais de dois dias. E o mais importante: os oocistos precisam ser ingeridos.
O ciclo de vida do T. gondii é complexo e envolve dois tipos de hospedeiros – hospedeiros “definitivos” nos quais o parasita se reproduz e forma ovos (chamados oocistos) e hospedeiros “intermediários” nos quais se reproduz fazendo clones de si mesmo, que se agrupam dentro de cistos.
Gatos selvagens e domésticos são os únicos hospedeiros definitivos do T. gondii. Quando um gato ingere uma presa infectada ou carne crua contaminada, o parasita é liberado dos cistos no trato digestivo do gato, onde se reproduz e produz oocistos. Os gatos infectados excretam esses oocistos em suas fezes aos milhões.
Gatos recém-expostos geralmente começam a liberar oocistos 3 a 10 dias após consumir o tecido infectado e continuam eliminando por cerca de 10 a 14 dias. Os oocistos são muito resistentes e podem sobreviver no meio ambiente por mais de um ano. Além disso, alguns dos T. gondii liberados dos cistos da carne infectada vão penetrar mais profundamente na parede do intestino do gato e se multiplicar em outra forma, chamada taquizoíta. Essa forma, então, se espalha do intestino para outras partes do gato.
Eventualmente, o sistema imunológico do gato força o parasita em um estágio dormente ou “repouso” onde forma cistos nos músculos e no cérebro. Esses cistos contêm organismos do toxoplasma que se multiplicam lentamente em outra forma, chamada bradizoíta.
Outros hospedeiros
Os oocistos eliminados nas fezes dos gatos não são imediatamente infecciosos para outros animais. Antes de se infectarem, eles devem passar por um processo chamado esporulação, que leva de um a cinco dias dependendo das condições ambientais.
As fezes de gatos contendo oocistos esporulados, entretanto, servem como fontes de infecção, independentemente de estarem em algum lugar com areia, jardins ou nas caixas domésticas de areia nas quais os gatos defecaram. Uma vez que um hospedeiro intermediário ingere oocistos esporulados, a infecção resulta na formação de cistos em vários tecidos do corpo.
Os cistos de tecido permanecem no hospedeiro intermediário por toda a vida e são infecciosos para gatos, pessoas e outros hospedeiros intermediários que comem o tecido que contém o cisto. Em alguns casos, Os taquizoítos de T. gondii podem ser excretados no leite de vacas e cabras infectadas.
Fonte: Cães&Gatos