O veganismo é um movimento de libertação animal, que luta por uma sociedade livre de exploração, sofrimento, e morte de animais. Se engana quem pensa que veganos só cortam produtos de origem animal da alimentação.
Ser vegano significa não utilizar nada oriundo de animais. Isso, claro, dentro da medida do possível e do praticável, já que vivemos em um estilo de vida coletivo que não permite ser completamente vegano e livre 100% de produtos de origem animal.
Nesse ponto, entra a questão da utilização de couro animal. Para se obter couro, é necessário abater os animais e retirar a pele deles.
Geralmente, a maioria do couro utilizado em vestuários, vem da indústria da carne. Conforme o artigo Leather Naturally, cerca de 99% das peles são feitas de gado (isto é, gado bovino, ovino, caprino e suíno) e são um subproduto da indústria da carne.
Sem exceção, em todo o mundo, os agricultores não criam gado para as suas peles e couros. Sendo esses divididos em 69% Bovinos, 13% Ovino, 11% Caprino, 6% Suíno.
Não é comum uma indústria exclusiva de couro, embora exista, a maioria está intrinsecamente conectada à indústria da carne. Ou seja, uma coisa liga a outra.
Outros animais, como crocodilo e cobra, são explorados diretamente por conta do valor comercial do couro, na indústria da moda de luxo. Para combater o uso de couro, é preciso combater diretamente a produção de origem animal em larga escala.
A indústria alimentícia que se beneficia da exploração animal, cria subprodutos para não perder nada, e um subproduto dessa indústria é o couro animal. Nós, enquanto veganos, nos opomos de maneira prática a utilização de qualquer produto de origem animal.
Quem enxerga os animais via uma lente compassiva, não consegue ver como objeto consumível. É desnecessário se alimentar de animais, é desnecessário usar couro e pele animal.
Além de ser desnecessário explorarmos animais para o nosso bem-estar, temos opções sem animais de altíssima qualidade, couro sintético, entre outros.
Com o avanço tecnológico, e do desenvolvimento de materiais sintéticos, tem proporcionado alternativas que oferecem muitas vezes desempenho igual ou superior em comparação com o couro tradicional, sobretudo em termos de estética, durabilidade, conforto, isolamento térmico e resistência.
Um fator importante a mencionar na utilização do couro, é a cultura e a tradição. Esse tipo de vestimenta é muito comum em áreas rurais, na cultura sertaneja. A utilização deste material carrega consigo forte simbolismo, que remete a vida no campo.
Contudo, a cultura e tradição do uso do couro são questionáveis, isso porque a realidade atual, com o desenvolvimento da urbanização, se faz desnecessário utilizar apenas couro animal.
Antigamente era comum a produção caseira, o uso direto da própria produção. Afinal, não era comum o comércio, não existiam tantas opções.
É realmente necessário utilizar couro animal para estar na moda? Para estar bem-vestido? Será que é justo ignorar os animais em detrimento de um banco de couro, de um sofá de couro, de uma bolsa, sapato?
É importante questionarmos como vivemos, como nos relacionamos com os animais, e como queremos viver no futuro. E temos a impressão de que não é explorando animais para satisfazer nossos desejos e estilos de vida.
Fonte: Terra