Uma mistura perigosa de condições tornou os incêndios florestais no Havaí particularmente destrutivos. A receita letal inclui ventos fortes, baixa umidade e vegetação seca. A crise climática aumenta a probabilidade de eventos extremos, como o que está acontecendo na ilha de Maui, onde dezenas de pessoas morreram e uma histórica cidade turística foi devastada.
Grandes diferenças na pressão do ar geraram ventos extraordinariamente fortes que alimentaram as chamas destrutivas, de acordo com meteorologistas ouvidos pela AP. Os ventos chamados alísios (tipo de vento constante e úmido que tem ocorrência nas zonas subtropicais em baixas altitudes) são uma característica normal do clima do Havaí. Eles são causados quando o ar se move da pressão do sistema de alta pressão ao norte do Havaí – conhecida como Alta do Pacífico Norte – para a área de baixa pressão ao sul do estado americano.
Mas o furacão Dora, que passou ao sul das ilhas nesta semana, está exacerbando o sistema de baixa pressão e aumentando a diferença na pressão do ar para criar “ventos alísios extraordinariamente fortes”, explicaram especialistas ao Guardian.
Ventos fortes, combinados com baixa umidade e abundância de vegetação seca que queima facilmente, podem aumentar o risco de incêndios florestais, mesmo em uma ilha tropical como Maui.
A mudança climática não apenas aumenta o risco de incêndios ao elevar as temperaturas, mas também torna mais provável a ocorrência de furacões mais fortes. Por sua vez, essas tempestades poderiam alimentar ocorrências de ventos mais intensos, como aquele por trás dos incêndios de Maui.
Isso se soma a outras ameaças agravadas pelas mudanças climáticas. Embora não se possa dizer que a mudança climática cause diretamente eventos singulares, dizem os especialistas, o impacto que o clima extremo está causando nas comunidades é inegável.
De acordo com a Universidade do Havaí, há ocorrência de grandes incêndios em algumas partes do arquipélago havaiano quase todos os anos. Porém, a intensidade dos incêndios deste ano é incomum.
Fonte: Um Só Planeta
