Às vezes, a solução dos problemas mais complexos passa pelas coisas mais simples. Não sei se li isso em algum site de frases na internet ou se foi o ensinamento de alguma tia-avó distante. O que sei é que esse conceito nunca fez tanto sentido quanto agora.
Cientistas da Planetary Sunshade Foundation formaram um grupo de trabalho para estudar e promover a ideia de colocarmos um guarda-sol espacial para ajudar a combater as mudanças climáticas.
Os pesquisadores afirmam que a missão é possível já com a tecnologia que temos hoje. Segundo eles, seria utilizado o sistema de velas solares da NASA, a Agência Espacial americana.
A megaestrutura seria montada aqui na Terra e lançada ao espaço. O restante teria de ser ajustado em órbita. O guarda-sol seria instalado no ponto Sol-Terra Lagrange-1.
Uma vez instalado, segundo os cientistas, ele poderá refletir a luz solar, diminuindo a intensidade da radiação a que somos expostos.
Três pilares contra o aquecimento global
Para Morgan Goodwin, diretor-executivo da Planetary Sunshade Foundation, o combate ao aquecimento global deve se apoiar em um tripé: redução das emissões dos gases do efeito estufa; remoção de dióxido de carbono; e controle da radiação solar – o guarda-sol entra neste último tópico.
“Para evitar os piores impactos das alterações climáticas, o mundo deveria eliminar rapidamente a utilização de combustíveis fósseis, remover gigatoneladas de carbono da atmosfera e limitar a radiação solar que chega”, afirmou em entrevista ao site Space.com.
“Nossa sobrevivência como civilização depende de nossa capacidade de mudar de forma sábia e intencional a forma como interagimos com nosso planeta”, completou.
Goodwin destaca que os líderes globais até discutem a redução da emissão dos gases, mas trabalham com prazos muito longos. Além disso, segundo ele, mesmo que as estratégias de descarbonização deem certo, a planeta corre o risco de ficar inabitável, se a questão da radiação solar não for resolvida.
O clima e o “relógio do fim do mundo”
- Ou “Relógio do Juízo Final“, como é conhecido, continua avançando, entre outros motivos, por causa do aquecimento global.
- As últimas notícias e estudos sobre o tema, aliás, mostram uma situação cada vez pior.
- Por exemplo, os níveis de CO2 são os maiores em 14 milhões de anos, segundo pesquisa recente e sobre a qual falamos aqui no Olhar Digital.
- Além disso, o derretimento da Antártica Ocidental já atingiu um ponto irreversível.
- É verdade que a COP 28 selou há poucos dias um compromisso global para o fim dos combustíveis fósseis.
- Mas, como disse Morgan Goodwin, diretor-executivo da Planetary Sunshade Foundation, os prazos são muito longos e o planeta já começou a cobrar a conta.
Fonte: Olhar Digital