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Empresas terceirizam testes em animais para países com menos leis anticrueldade

2 de junho de 2010
3 min. de leitura
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Por Giovanna Chinellato e Raquel Soldera (da Redação)

A indústria farmacêutica indiana Vivo Biotech planeja construir um laboratório multimilionário de testes em animais em Malaca, Malásia. A instituição testará medicamentos pioneiros em primatas, cães e pequenos mamíferos.

foto de um primata confinado para ser usado em pesquisas
Foto: Reprodução/Animal Concerns

Muitas companhias estão aumentando a terceirização de testes em animais para a Ásia em razão de custos menores e menos leis anticrueldade. A Índia tem regulamentos específicos para testes em animais; e crueldade com animais é crime na Malásia, mas não existem leis que protejam animais de laboratório.

A Vivo Biotech planeja importar beagles da Holanda e tenta obter primatas domésticos para os testes. Esse parece ser o conflito com uma lei de 2008 da Malásia, que proíbe exportação de animais para fins de pesquisa científica. Se a Malásia quer parar com testes em animais em seu país, por que permitirá que uma companhia estrangeira use animais para testes em seus territórios?

Companhias farmacêuticas irão alegar que o teste em animais é necessário para o bem da medicina, mas muitos profissionais garantem que testes em animais são bárbaros, incertos e inseguros.

Um porta-voz da Malaysia’s Society for the Prevention of Cruelty to Animals (sociedade da Malásia de prevenção à crueldade contra animais) expôs essas preocupações: “Nossos primatas serão roubados das florestas para virarem cobaias de quê? Testar em animais realmente não leva a lugar nenhum.”

Crueldade em nome de Alá

O chefe do Estado de Malaca, na Malásia, Rustam Ali, justifica a construção de um laboratório para pesquisa com animais vivos, porque, na sua opinião, os animais foram criados por Alá para “servir ao homem”.

Imagem: EFE/ ABC.es

“No Islã, Alá criou os animais para serem consumidos e utilizados pelo homem. Se você não usar animais em pesquisas, vai usar os seres humanos? “, disse Ali, um muçulmano, assim como 60% dos malaios.

As autoridades de Malaca indicaram que os protocolos apropriados serão seguidos e que outras agências poderão fiscalizar para que não se cometam maus-tratos contra os animais.

Ali disse que alguns grupos também consideram cruel que se comam animais, mas isso não impede que animais continuem sendo mortos para o consumo humano. No entanto, seus argumentos não convenceram a Sociedade Malásia para a Prevenção da Crueldade aos Animais, que considera que o laboratório irá causar “um imenso sofrimento e a morte” de milhares de animais.

Christine Chin, porta-voz da Sociedade Malásia para a Prevenção da Crueldade aos Animais, criticou que os laboratórios tiram proveito de países como a Malásia, onde não existe legislação para proteger os animais. Chin declarou que as alegações de Ali são impróprias para um governador.

No ano passado, uma farmacêutica francesa propôs a construção de um laboratório de pesquisa com animais no Estado de Johor, no sul da Malásia, mas o projeto foi cancelado após protestos de grupos ambientalistas.

É hora de a população erguer a voz novamente. Uma empresa farmacêutica que terceiriza testes em animais num país com poucas restrições de crueldade não tem interesse no bem-estar nos animais. A crueldade não deve ser terceirizada.

Com informações de ABC.es e Animals Change

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