Ao chegar ao escritório da Haus Engenho Interiores, em São José, o cliente é recebido com alegria por Boo, que avisa os sócios quando o telefone ou o interfone tocam. A competência é recompensada com muito carinho e petiscos. Assim como Boo, outros companheiros de quatro patas têm conquistado e descontraído o ambiente de trabalho em empresas catarinenses.
Da raça chow-chow, o cão é dos sócios do escritório de engenharia e design de interiores e acompanha o cotidiano da empresa desde que ela foi criada, há quase três anos.
“Nós brincamos que ele é nosso secretário e porteiro. Ter um animal aqui é uma maneira de aliviar o estresse”, afirma Marcelo Wolschick, um dos sócios da Haus.
Na Glóbulo, em Florianópolis, quem faz a alegria dos oito profissionais é o Dexter. Ele passa pelo menos um dia por semana na empresa, participa de reuniões e faz parte, inclusive, do quadro de funcionários no site da empresa.
“A maior diferença é que vira uma bagunça quando ele está aqui. E também preciso limpar os “brindes” que ele deixa”, brinca Bolívar Nunes, tutor do buldogue francês e um dos sócios, que acrescenta que Dexter não é o primeiro mascote da Glóbulo e que ele deixa o clima mais leve.
Outra empresa que aposta no carisma dos companheiros de quatro patas é a Cerâmica Cecrisa, em Criciúma. Eles adotaram um cachorro abandonado, no início do ano, que agora mora na empresa e passa os dias no departamento de desenvolvimento de produtos. Em alguns finais de semana, funcionários se revezam e levam Mark para casa.
Com a ajuda de um adestrador e acompanhamento de um veterinário, o resultado é aumento de produtividade:
“Além disso, temos mais companheirismo entre os profissionais e reduz o estresse”, afirma Michele Simone Pereira, supervisora do departamento Gente e Gestão da Cecrisa.
Adotar uma animal requer planejamento
Atenção com o animal também é fundamental nas empresas. Valéria Stadler, médico-veterinária e responsável técnica do Hospital Veterinário Jurerê, lembra que os cuidados com os animais no ambiente de trabalho devem ser os mesmos tomados em casa. É preciso passear, ter horários para comer e dormir.
“É também muito positivo para o cachorro, principalmente, que não gosta de ficar sozinho, porque ele tem mais convivência com o tutor e outras pessoas”.
Para Luzia Fröhlich, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SC), a iniciativa é válida, mas requer planejamento e organização. Um dos primeiros passos, já que o ambiente é coletivo, é verificar com os funcionários se a ação agrada. Assim, é possível manter a boa convivência.
“Essas iniciativas humanizam o ambiente de trabalho, mas o processo exige cuidados. É preciso planejamento, organização e respeito aos outros”, afirma Luzia.
Fonte: Diário Catarinense